Mapa do Crime: Icaraí é o segundo bairro com mais roubos de celular em Niterói

Icaraí é o segundo bairro com mais roubos de celulares na cidade. Os dados do Mapa do Crime de Niterói apontam que o número de ocorrências saltou de nove, de janeiro a junho de 2024, para 32 nos primeiros seis meses deste ano, um aumento de 255% no período comparativo. Niterói: Cidade dará gratificação a agentes que apreenderem armas de fogo Praticado por Vini Jr. e Neymar: padel ganha nova arena em Niterói O bairro — que tem o metro quadrado mais caro da cidade — ficou atrás apenas do Centro, com 55 ocorrências de roubo de celular. Completam o ranking os bairros do Fonseca, com 22 aparelhos roubados; Santa Rosa, com 12 casos; e Ingá, com 11 ocorrências. O levantamento revela ainda que o volume registrado apenas na primeira metade de 2025 supera o total acumulado em cada um dos últimos cinco anos inteiros no bairro. O balanço do primeiro semestre deste ano é superior aos totais anuais de 2024 (24 registros), 2023 (22), 2022 (20), 2021 (13) e 2020 (18). Editoria de Arte Icaraí é o bairro mais populoso de Niterói: são 77.246 moradores, segundo Censo do IBGE de 2022, o que contribui para a queda do bairro no ranking geral da cidade quando se compara a taxa de roubos por cem mil habitantes — vigésima posição, segundo a ferramenta. Mais seguro que Botafogo Apesar dos números, Icaraí se revela mais seguro do que bairros do Rio como Botafogo, que é de classe média e tem um número de moradores similar a Icaraí (cerca de 77.018). Lá, houve 333 roubos de celular no mesmo período, 940% a mais do que em Icaraí. Botafogo também registrou 235 roubos a transeunte a mais do que Icaraí, que teve 40 no primeiro semestre deste ano. Em Niterói, Icaraí é o terceiro bairro com mais ocorrências deste tipo, atrás apenas do Centro (134) e do Fonseca (53). Ainda de acordo com o levantamento, os horários preferidos pelos criminosos para cometer roubos a transeunte e de celular no bairro são entre meia-noite e 6h. Luana Martins tem uma empresa de fotografia em Niterói e comenta que ela e outros fotógrafos que trabalham no início da manhã na orla de Icaraí estão se sentindo mais inseguros nos últimos meses. — Eles (criminosos) estão assaltando de bicicleta porque perceberam que está fácil roubar e depois fugir. Das 4h às 6h30, horário em que trabalhamos e muita gente está praticando exercícios na rua, não vemos polícia na orla e nem patrulhando as ruas, então a sensação é de insegurança real — ressalta. Segundo Jacqueline Muniz, gestora e professora de segurança pública na Universidade Federal Fluminense (UFF), o aumento dos roubos de celulares em Icaraí era previsível. — Trata-se de um bairro com alta concentração de renda, forte urbanização, grande densidade de circulação e intenso comércio de rua e de serviços, o que amplia a exposição de usuários portando smartphones de maior valor, hoje usados também como ferramentas de acesso bancário — explica. Delitos itinerantes Ainda de acordo com a especialista, esse contexto favorece os crimes de oportunidade. — Este tipo de crime é rápido e em movimento. A ronda (policial) ostensiva tradicional tem baixo impacto preventivo, pois são delitos itinerantes que escapam à lógica do patrulhamento fixo e previsível — conclui. Outro tipo de roubo que teve um pequeno acréscimo no bairro, mas sem aumento significativo, foi o de veículos, com sete ocorrências, uma mais do que no mesmo período de 2024. Icaraí fica em sexto lugar no ranking de roubos de veículos na cidade, atrás apenas do Fonseca, com 21 ocorrências; Barreto, com 16 casos; Itaipu e Baldeador, ambos com 13; e Caramujo, com 12. Em contrapartida, pela primeira vez na série histórica, Icaraí zerou o roubo de coletivos no primeiro semestre do ano. De 2020 a 2024 foram 11 casos, dois deles nos primeiros seis meses de 2024.