Passageiros ficam sem ônibus após paralisação de funcionários das viações Real e Vila Isabel Aline Gomes/g1 A greve dos rodoviários no Rio de Janeiro foi mantida nesta segunda-feira (22) e segue sem previsão de término, afetando a circulação de ônibus em diferentes regiões da cidade. Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Sebastião José, confirmou que os motoristas da Viação Real Auto Ônibus e Vila Isabel continuam parados e só devem retomar as atividades após o pagamento de salários e benefícios atrasados. "O sindicato buscou mediação direta com a empresa, mas não teve êxito. Buscamos o Ministério Público do Trabalho e não tivemos êxito (...) Os trabalhadores perderam a perspectiva. Com tantas irregularidades, não é possível que a Real continue operando", comentou o presidente do sindicato. "A empresa, para voltar a trabalhar, precisa regularizar esses problemas com os trabalhadores. Essa é a posição quase que unânime de todos", reforçou Sebastião. Rodoviários fazem paralisação no Rio; empresa nega atraso de salários e diz que pagamentos estão em dia A paralisação começou na madrugada desta segunda-feira (22) e envolve motoristas, mecânicos e funcionários administrativos das viações Real Auto Ônibus e Transportes Vila Isabel. Segundo o sindicato, pelo menos 1,3 mil trabalhadores aderiram ao movimento, que impacta diretamente 24 linhas que atendem bairros das zonas Sul, Norte, Sudoeste e a região central da capital. Linhas fora de circulação Segundo atualização divulgada pelo Centro de Operações e Resiliência da Prefeitura do Rio (COR-Rio), 12 linhas estão totalmente fora de circulação em razão da greve. Outras quatro operam parcialmente, com apoio de outras empresas. As linhas totalmente paralisadas são: 105, 108, 110, 112, 181, 222, 309, 432, 439, 460, 463 e 538. Já as linhas com circulação parcial são: 163, 315, 433 e 548. Ônibus das viações Real e Vila Isabel parados em uma garagem em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio Reprodução/TV Globo A Prefeitura informou que tomou conhecimento da paralisação ainda pela manhã e destacou que os repasses de subsídios municipais aos consórcios estão em dia, ressaltando que o impasse envolve exclusivamente as empresas e seus funcionários. Reivindicações dos rodoviários Segundo o sindicato, o movimento grevista ocorre após uma série de problemas que se arrastam há meses. Entre as principais reivindicações estão: atraso no pagamento de salários e do vale-alimentação; férias não pagas desde outubro; falta de depósito do FGTS e recolhimento do INSS; demissões sem quitação de verbas rescisórias; não repasse de pensões alimentícias e empréstimos consignados; cancelamento do plano odontológico sem aviso; condições precárias de trabalho, com ônibus sem manutenção e infestação de baratas. Sebastião José afirmou ainda que há relatos de descontos em contracheque para pensões e empréstimos que não estariam sendo repassados aos bancos e entidades financeiras. Impacto no transporte e alternativas Para reduzir os impactos aos passageiros, a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) orienta o uso de metrô, VLT e BRT como alternativas de deslocamento. Também foi solicitado reforço na operação de linhas municipais que atendem trajetos semelhantes aos das linhas paralisadas. A SMTR informou ainda que linhas como 107, 109, 161, 169, 232, 409, 410, 435, 552, 583 e 584 tiveram reforço na operação para atender a demanda dos passageiros afetados. Essa é a segunda greve dos rodoviários em três meses no Rio de Janeiro. Até a última atualização, não havia previsão de nova rodada de negociação nem de retomada total da circulação dos ônibus.