Taxa de condomínio sobe acima da inflação e inadimplência bate maior nível desde 2022

A taxa de condomínios brasileiros subiu acima da inflação A taxa de condomínios brasileiros subiu acima da inflação. E, junto com essa alta, vem a dificuldade para pagar. O Wagner Lemos é síndico profissional, mas também pode ser chamado de gestor de crises. É a missão dele cobrar quando tem morador devendo condomínio nos 18 prédios que ele administra em Belo Horizonte. "Ninguém gosta de ser cobrado, né? Então aí que começa o estresse entre os moradores. Porque quem está pagando vai ter que pagar a conta de quem não está pagando", diz. A inadimplência de taxas condominiais superior a 30 dias no Brasil chegou a quase 12% no primeiro semestre de 2025. O maior índice desde 2022. No recorte por região, Norte e Nordeste estavam acima da média nacional. E a menor inadimplência no Sul. A pesquisa foi feita por uma plataforma que administra quase 7 mil condomínios com mais de 620 mil moradores em todo o país. O levantamento também mostrou que, desde 2022, o valor médio da taxa condominial aumentou 25%. O que segundo os pesquisadores, deixou o orçamento familiar mais apertado, provocando essa alta na inadimplência. No mesmo período a inflação foi de 19%. O morador do Sul do Brasil pagou a maior taxa. Em média, R$ 537. A mais barata está na região Norte. "A gente viu que os contratos, os serviços, os produtos em geral também estão subindo de preço. Então isso faz com que o próprio condomínio tenha que subir a taxa condominial pra conseguir honrar esses contratos, e as famílias têm que escolher entre comprar uma roupa para o filho, ou outras questões que são mais prioritárias que pagar a taxa de condomínio, aí normalmente essas famílias fazem um acordo, uma negociação com a gestão do prédio", destaca Marcus Nobre, CEO da uCondo. Se o dono do imóvel não quitar as dívidas, o condomínio pode entrar com um processo judiciário, e o imóvel ir a leilão. No caso do inquilino devedor, o proprietário pode entrar com uma ação de despejo. Mas, antes de qualquer medida extrema, o síndico Marcelo Paes tenta a conciliação. "A gente tenta fazer uma conversa com a unidade que está em inadimplente para ver se faz uma negociação extrajudicial ou de forma amigável para tentar dar solução nesse valor em aberto", diz.