Encontro discute papel do patrocínio cultural em grandes eventos e impacto na economia criativa das cidades

O papel do patrocínio cultural como vetor de desenvolvimento da economia criativa esteve no centro do debate “Grandes marcas em grandes eventos”, realizado pela Editora Globo com apoio da Petrobras, no último dia 16. O encontro reuniu representantes de empresas patrocinadoras, gestores culturais e produtores para discutir como a associação entre marcas e grandes eventos amplia o acesso à cultura, fortalece cadeias produtivas e movimenta as cidades. Árvore da Lagoa em imagem de campanha da Petrobras Divulgação A discussão ganhou relevância no contexto das ações de fim de ano, período em que grandes eventos públicos se intensificam e se tornam catalisadores da economia criativa. Entre os exemplos citados estão a Árvore do Rio, tradicional atração que volta repaginada após cinco anos à Lagoa Rodrigo de Freitas; o Réveillon de Copacabana; e o balé O Quebra-Nozes, no Theatro Municipal — todos com patrocínio da Petrobras. — Hoje, estamos presentes em todo o Brasil. Isso começou como uma estratégia e se consolidou como um compromisso contínuo com a cultura brasileira — destacou Milton Bittencourt, gerente de Patrocínio Cultural da Petrobras, no painel mediado pela jornalista Leila Sterenberg. Veja abaixo o evento na íntegra Segundo ele, a companhia vive um momento de retomada e fortalecimento do Programa Petrobras Cultural, recomposto a partir de 2023, e que tem como pilares a valorização da brasilidade, a diversidade e a integração entre projetos, ampliando públicos e fortalecendo a economia criativa. Parceria Público-Privada Com inovações como energia alimentada pelo Diesel R da Petrobras, combustível que contém parcela renovável, e ainda uma iluminação que conecta a Lagoa Rodrigo de Freitas ao Cristo Redentor, a Árvore do Rio ilustra a dimensão dessas parcerias público-privadas. — Sem parceiros como a Petrobras e o Banco do Brasil, projetos desse porte não existem — afirmou Roberta Kelab, CEO da Backstage Rio Produções, empresa responsável pela atração. Além do simbolismo, a árvore funciona como plataforma de experiências culturais, reunindo shows de artistas populares como Diogo Nogueira e atrações das mais diversas vertentes trazidas por conta de patrocínios da Petrobras, como a Orquestra Petrobras Sinfônica, a Companhia Focus de Dança e até mesmo os Bois de Parintins. Da esquerda para a direita: Nelson Adão, diretor de projetos da SRCOM; Sueli Voltarelli, gerente geral do CCBB Rio de Janeiro; a jornalista Leila Sterenberg; Milton Bittencourt, gerente de patrocínio Cultural da Petrobras; Maria Thereza Ribeiro Fortes, vice-presidente do Theatro Municipal do Rio de Janeiro; Roberta Kleab, CEO da Backstage Rio Produções Selmy Yassuda — A árvore sempre foi um ícone afetivo da cidade e hoje também é um espaço de ativação cultural e engajamento — pontuou a CEO. A lógica se repete no Réveillon do Rio, considerado o maior do mundo. Em 2025, o evento contará com 13 palcos espalhados pela cidade, mais de 70 artistas e público estimado em cinco milhões de pessoas. — Além de ser o maior Réveillon do mundo, é também o maior festival de música do Brasil — afirmou Nelson Adão, diretor de Projetos da SRCOM, à frente da festa que movimenta cerca de R$ 3,2 bilhões em negócios, com impacto direto na hotelaria, no comércio e nos serviços. A novidade da virada para 2026 é o espetáculo de drones que vai acontecer em sintonia com as picapes do DJ Alok, que promete ser o grande momento da noite. No campo dos equipamentos culturais, o patrocínio empresarial também é decisivo para a formação de público. Presente em várias capitais, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) consolidou-se como referência em democratização do acesso à cultura desde a criação de seu primeiro espaço, em 1989, no Rio. — Exposições imersivas e experiências interativas atraem novos públicos, que depois passam a frequentar outras programações — observou Sueli Voltarelli, gerente-geral do CCBB Rio de Janeiro. Impactos econômicos No Theatro Municipal do Rio, a parceria com a Petrobras viabiliza desde ingressos a preços populares até ativações gratuitas no espaço externo. Em cartaz até 28 de dezembro, o balé O Quebra-Nozes tem bilhetes a R$ 20, e projeções mapeadas na fachada, inspiradas na narrativa do espetáculo. Vice-presidente da instituição centenária, Maria Thereza Ribeiro Fortes ressaltou que o patrocínio garante a programação artística do teatro até 2027 e sustenta um ecossistema que envolve cerca de mil profissionais, entre artistas, técnicos e funcionários. — Somos grandes geradores de emprego. Cada vez mais a gente tem profissionais que se especializam na área e cada vez mais profissionalizamos as experiências — destacou a vice-presidente. Os números ajudam a dimensionar o impacto econômico desses projetos. A Árvore do Rio gera entre quatro mil e cinco mil empregos diretos e indiretos. No caso do Réveillon, além da movimentação financeira imediata, há o efeito de imagem, com transmissão para o Brasil e o exterior. Para os participantes do painel, a percepção de que o investimento em cultura representa apenas custo ficou para trás. Os projetos apresentados evidenciam a cultura como setor produtivo, capaz de gerar emprego, movimentar turismo, ativar cadeias industriais e construir imagem para as cidades. Trata-se de uma indústria com impacto mensurável e efeito multiplicador. Nesse contexto, concordaram os convidados, a atuação da Petrobras aparece como um dos principais vetores de estruturação da economia criativa no país. Com o apoio a grandes eventos populares, instituições culturais e projetos de alcance nacional, a companhia consolida uma estratégia de patrocínio baseada em longo prazo, diversidade e valorização da produção brasileira.