BNDES aprova financiamento de R$ 2 bi para nova ferrovia da Rumo em Mato Grosso. Entenda o projeto

O BNDES aprovou um financiamento de R$ 2 bilhões para a primeira etapa da Ferrovia do Mato Grosso (FMT), projeto controlado pela operadora ferroviária Rumo, do grupo Cosan. Essa primeira etapa, de 162 quilômetros, ligará Rondonópolis (MT) ao futuro terminal de grãos de Dom Aquino (MT), em construção às margens da BR-070. Transportes: Em defesa do Galeão, entidades empresariais do Rio alertam para impacto econômico de elevar limite de passageiros no Santos Dumont Efeito colateral: Polo industrial de SP entra na rota do metrô, e empresários congelam investimento A Rumo está construindo a FMT no modelo de autorização, em que investidores privados são autorizados pelo poder público a tocar o projeto do zero, da concepção à construção e à operação — diferentemente da concessão, em que o projeto é público, e o ente, governo federal ou estadual, concede a operação, em troca de obras. No total, a FMT terá 743 quilômetros, chegando até Lucas do Rio Verde (MT). O projeto é considerado importante, segundo especialistas em logística, porque amplia o acesso de produtores de soja, milho e algodão de Mato Grosso ao modal ferroviário. Logística: Ferrogrão, que poderá ter sinal verde do STF, divide opiniões. Entenda Hoje, as linhas férreas chegam apenas até Rondonópolis (MT), no sul mato-grossense, ligando a região ao Porto de Santos, importante porta de saída dos grãos brasileiros. Quanto mais para o norte caminha a fronteira agrícola de Mato Grosso, mais caro fica escoar as exportações via ferrovia e o Porto de Santos. Em direção do norte A FMT segue rumo ao norte para além da metade do estado — e inclui um ramal até Cuiabá, a oeste do traçado. Com isso, deixará mais regiões do norte de Mato Grosso próximas do modal ferroviário. Em nota, o presidente do BNDES disse que a nova ferrovia “representa um avanço significativo para o escoamento da produção agrícola de Mato Grosso, com redução de custos logísticos, aumento da competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional e alívio na sobrecarga das rodovias”. Rota da pluma: Brasil vira líder em algodão e busca novas rotas para exportar O projeto é dividido em cinco etapas. Apenas na primeira, que será financiada pelo BNDES, o investimento é de R$ 5 bilhões, segundo o site da FMT, mantido pela Rumo. O prazo de conclusão está previsto para o segundo semestre do ano que vem. O financiamento do banco de fomento será por meio de títulos de dívida (debêntures). A FMT emitirá os papéis, e o BNDES entrará comprando — modelo cada vez mais usado pela instituição.