Caso Benício: pedido de prisão de médica é negado pela Justiça do Amazonas A Justiça do Amazonas negou, pela segunda vez, o pedido de prisão preventiva da médica Juliana Brasil Santos e da técnica de enfermagem Raíza Bentes, investigadas pela morte de Benício Xavier, de 6 anos. A decisão foi tomada nesta terça-feira (23), quando o caso completou um mês. De acordo com apuração da Rede Amazônica, o novo pedido foi apresentado no plantão judiciário de domingo (21) pelo delegado Marcelo Martins, responsável pelas investigações. Mesmo durante o recesso do Judiciário, o requerimento foi analisado pelo juiz de plantão, Luiz Carlos Valoá, que decidiu pela negativa. Segundo a Polícia Civil, a prisão das duas era considerada necessária diante do risco à ordem pública e para garantir o andamento das investigações. Conforme o inquérito, a médica prescreveu a aplicação de adrenalina na veia da criança, e o medicamento foi administrado pela técnica de enfermagem. Benício deu entrada no Hospital Santa Júlia com suspeita de faringite. Participe do canal do g1 AM no WhatsApp Na decisão, o magistrado destacou que as medidas cautelares já impostas são suficientes para garantir a ordem pública. Entre elas está a suspensão do exercício da medicina por Juliana e da enfermagem por Raíza. Na semana passada, a Polícia Civil apreendeu o celular da médica para análise. Para a Polícia Civil, Benício foi vítima de homicídio. O menino completaria sete anos nesta quinta-feira, dia de Natal. Primeiro pedido já havia sido negado Médica Juliana Brasil Santos e a Técnica de enfermagem Raiza Bentes Paiva investigadas no Caso Benício Rede Amazônica No dia 16, a Justiça do Amazonas negou o primeiro pedido de prisão preventiva e determinou uma série de restrições às investigadas. Segundo o juiz Fábio Olintho de Souza, a prisão preventiva deve ser aplicada apenas em situações excepcionais. No dia 18, a Polícia Civil apreendeu o celular da médica Juliana Brasil, documentos e um carimbo que indicava especialidade em pediatria, embora ela não possua o título oficialmente reconhecido, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa dela. Entre as medidas determinadas estão: suspensão do exercício profissional por 12 meses, com possibilidade de prorrogação; comparecimento mensal em juízo para informar e justificar atividades; proibição de se ausentar da Região Metropolitana de Manaus sem autorização judicial; obrigação de manter distância mínima de 200 metros da família da vítima e das testemunhas. A decisão também determinou a comunicação oficial ao Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM), ao Conselho Regional de Enfermagem do Amazonas (Coren-AM) e às secretarias estadual e municipal de saúde. Em nota, a família de Benício afirmou considerar as restrições necessárias e adequadas e disse confiar que as investigações seguirão nas esferas penal, cível e ético-profissional, com a responsabilização dos envolvidos. Infográfico - Caso Benício Arte g1