Braskem: G4 submete ao Cade acordo de R$ 20 bilhões para comprar fatia da Novonor

A gestora IG4 submeteu nesta terça-feira ao Cade, órgão que regula a concorrência no Brasil, o acordo para comprar a fatia da Novonor (ex-Odebrecht) na Braskem. O negócio é avaliado em R$ 20 bilhões. A IG4 assessora a gestora Vórtx Capital e celebrou, na semana passada, um acordo “definitivo e vinculante” com os bancos Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e BNDES, que detêm ações da Braskem dadas como garantia no processo de recuperação judicial da Novonor. Atualmente, a Novonor exerce o controle da Braskem. A construtora detém 50,1% do capital votante da petroquímica, enquanto a Petrobras possui 47%. O restante das ações está nas mãos de acionistas minoritários. A Braskem é listada na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Em comunicado, a Petrobras informou que será interveniente anuente no processo, ou seja, participará formalmente do contrato. Segundo a estatal, o sucesso do acordo dependerá dos termos de um potencial novo Acordo de Acionistas, “os quais ainda permanecem sujeitos à aprovação das instâncias deliberativas da Petrobras”. Em nota, a companhia afirmou que “o andamento das negociações não afeta os direitos da Petrobras, que seguirá monitorando e avaliando os efeitos da potencial operação para, se aplicável e no momento oportuno, decidir sobre exercer ou não seus direitos previstos no acordo de acionistas vigente ou celebrar um novo acordo, quando apropriado”. Nos bastidores, a estatal vem pressionando para que o novo acordo permita sua participação na gestão da Braskem, com a indicação de diretores e conselheiros. Hoje, a Petrobras não participa do dia a dia da companhia. A IG4 tem prazo de dois meses para concluir a negociação com a Novonor. Caso a transação seja bem-sucedida, a IG4, por meio de um fundo de investimento, passará a deter 50,1% do capital votante da Braskem e 34,3% do capital total da companhia, ao se tornar titular de ações ordinárias (ON, com direito a voto) e preferenciais (PN, sem direito a voto), respectivamente. No comunicado divulgado na semana passada, a Braskem informou que a Novonor manterá ações preferenciais equivalentes a 4% do capital da companhia. Desde 2018, a Novonor tenta se desfazer de sua participação na Braskem. Já houve negociações com a LyondellBasell, J&F (holding da família Batista, controladora da JBS), Apollo Global Management, Adnoc (estatal de petróleo dos Emirados Árabes Unidos), Petrochemical Industries Company (PIC), subsidiária da Kuwait Petroleum Corporation (KPC), Unipar — principal rival brasileira da Braskem — e o empresário Nelson Tanure.