A explicação sobre encontros entre o ministro Alexandre de Moraes , do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, tem despertado questionamentos em razão de inconsistências de informações, lacunas em registros oficiais e mudanças em comunicações públicas. Moraes afirmou, em nota, que se reuniu com Galípolo para tratar dos efeitos da Lei Magnitsky, aplicada contra ele pelos Estados Unidos. Segundo o ministro, o assunto foi técnico e restrito a possíveis impactos financeiros. Moraes e o Master O Banco Central confirmou que houve conversas. Repetiu o mesmo teor. Porém, não divulgou datas, horários ou formato das reuniões. As dúvidas surgem porque os encontros não aparecem na agenda pública do presidente do Banco Central. O órgão costuma registrar compromissos institucionais desse tipo. O episódio gerou assim questionamentos sobre a forma como as reuniões ocorreram. Outro ponto que chamou atenção foi a alteração da nota divulgada por Moraes depois da repercussão do encontro. O comunicado foi ajustado, sem detalhamento público sobre o motivo da mudança. Leia também: “Anatomia de uma fraude” , reportagem publicada na Edição 301 da Revista Oeste A discussão ganhou projeção sobretudo em decorrência de menções ao Banco Master, instituição liquidada pelo Banco Central. A versão oficial afirma que o tema não foi tratado nos encontros. Não houve, porém, esclarecimentos adicionais sobre o contexto das conversas. A falta de clareza alimentou especulações acerca de possíveis pressões de Moraes sobre o Banco Central no sentido de ‘blindar’ a questão. O motivo seria o envolvimento da mulher do ministro, a advogada Viviane Barsi, que tinha contrato com o Master no valor de R$ 129 milhões. Leia mais: “E os R$ 129 milhões” , reportagem publicada na Edição 301 da Revista Oeste Especialistas observam que reuniões entre autoridades de diferentes Poderes costumam exigir transparência, especialmente quando envolvem temas sensíveis do sistema financeiro ou decisões de grande impacto institucional. No Congresso e no meio jurídico, o episódio gerou pedidos por mais informações. O foco está menos no conteúdo das reuniões e mais na ausência de registros formais. Até o momento, as versões apresentadas não indicam irregularidades. Contudo, a falta de detalhes mantém o debate aberto a hipóteses como conflito de interesses e sobreposição de poderes. + Leia mais notícias de Política na Oeste O post Versão oficial sobre encontro entre Moraes e Galípolo revela inconsistências apareceu primeiro em Revista Oeste .