Fraude no CNJ permite fuga de quatro detentos em Belo Horizonte

Depois de uma fraude no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), quatro detentos conseguiram sair do Ceresp Gameleira, em Belo Horizonte , no sábado 20. O esquema envolveu hackers que usaram credenciais de magistrados para emitir alvarás de soltura falsos. As autoridades ainda buscam três dos fugitivos, enquanto um já foi recapturado. + Leia mais notícias de Brasil em Oeste A investigação aponta que os criminosos detidos em 10 de dezembro, com mais cinco suspeitos, pertencem a uma quadrilha especializada em acessar ilegalmente sistemas do Judiciário. O grupo aplicou o mesmo método que os levou à prisão: manipulação de ordens judiciais eletrônicas. Acesso ao sistema e execução da fraude O acesso ao sistema do CNJ foi feito por meio de logins e senhas de juízes, conforme apurou a polícia. Não se sabe como esses dados chegaram aos criminosos, mas eles permitiram simular decisões judiciais e alterar processos, além de tentar desbloquear valores, liberar veículos e modificar mandados. https://www.youtube.com/watch?v=1GoqtXIv2GU A saída dos detentos aconteceu depois da inserção das ordens forjadas no Banco Nacional de Mandados de Prisão, ferramenta do CNJ. A Secretaria de Justiça de Minas Gerais usou essas informações para efetivar a liberação dos presos, que deixaram o complexo sem obstáculos. Entre os fugitivos estão Ricardo Lopes de Araujo, com duas passagens anteriores, Wanderson Henrique Lucena Salomão, com três registros prévios, e Nikolas Henrique de Paiva Silva, que entrou no sistema pela primeira vez neste mês. Júnio Cezar Souza Silva, com três passagens desde 2020, foi capturado na noite de segunda-feira, 22. Reação das autoridades e novas medidas de segurança O CNJ informou que não houve invasão direta nem falha estrutural, mas sim o uso irregular de credenciais verdadeiras. O órgão garantiu que "todas as decisões falsas foram identificadas e canceladas em menos de 24 horas", declarou o conselho, que não encontrou indícios de falha sistêmica ou de envolvimento de servidores. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais declarou que os alvarás forjados foram anulados e os mandados de prisão restabelecidos. O órgão ressaltou que nenhuma ordem foi expedida por juízes do Estado e que as forças de segurança já foram acionadas para localizar os fugitivos. O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (PSD), anunciou que o Estado vai adotar novas medidas de segurança, incluindo o atraso no cumprimento das próximas ordens de soltura para verificar a autenticidade das decisões depois do ocorrido. O caso permanece em investigação pelas autoridades de segurança pública de Minas Gerais e pelo Tribunal de Justiça, que seguem apurando detalhes para evitar novas fraudes semelhantes. Leia também: “Togas fora da lei” , artigo de Augusto Nunes publicado na Edição 245 da Revista Oeste O post Fraude no CNJ permite fuga de quatro detentos em Belo Horizonte apareceu primeiro em Revista Oeste .