O restaurante Rudä mudou o cardápio. E tudo o que o Danilo Parah faz, me interessa. É dos poucos chefs daqui que investe em cozinha brasileira. Parah é nascido na Zona Oeste do Rio, criado por mulheres cozinheiras, com formação francesa: trabalhou no Mirazur, de Mauro Colagreco, em Menton, perto de Mônaco. E também na nossa Região dos Lagos, acumulando, assim, experiências praianas de cá e de lá. É justamente essa “mistureba” que me encanta e que faz de Danilo um cozinheiro (gosto mais dessa definição do que chef) — especial no cenário carioca. Ceia 'diferentona': três jantares completos com receitas de chefs para fazer em casa neste fim de ano Natal de última hora: ceias por encomenda no Rio de Janeiro Radar gastronômico: Pobre Juan em Ipanema, lanchonete chilena, Cozan na laje, Batista na Zona Sul O restaurante segue em ponto nobre, entre toda a sorte de bandeiras gastronômicas da Garcia D’Ávila, coração e estômago pulsantes de Ipanema. Casa de dois andares com um térreo recortado de muitos nichos, que gosto bem (há quem, ao contrário, estranhe). Recebem com cardápio extenso, coisa hoje rara (prefiro versões mais enxutas), mas não dá para se perder. Não seja indiferente à trilha musical, é deliciosa. É das casas que costumo sugerir para amigos de fora, especialmente para estrangeiros, porque está tudo ali: Rio, Brasil e o mar a dois quarteirões. O conceito de “mesa cheia” segue sendo a marca de Parah. Não pense em pratos transbordando, mas bem servidos. A nova safra , e é dela que quero falar, é das melhores. Conchas brasileiras do Rudä Rodrigo Azevedo O pastel de feira, de massa da casa (claro) traz queijo coalho, tomate assado e requeijão moreno (R$ 36); as conchas brasileiras (lambreta, vôngole e mexilhão) chegam com molho cremoso com toque de cachaça e um pão chamuscado para empapar no caldo (R$ 65), e as casquinhas de siri são na massa filo com o crustáceo gratinado (R$ 52). Ah, tem o bolinho de aipim recheado de carne-seca, molho de tomate, uma fonduta delicada de queijo pardinho (grande da queijaria brasileira), pesto e que ganha uma nuvem de queijo tulha por cima (R$ 46). Dos principais, moranga de camarão com arroz meloso de abóbora de pescoço (R$ 139) e a costela prensada no aipim, uma redução de queijos brasileiros, molho roti e saladinha de agrião. Vulgo vaca atolada (R$ 90). A essa altura da refeição, ambos são pratos para dividir. Tortinha fofa de milho-verde com raspa de laranja, flor de sal e colherada de doce de leite de cabra (R$ 36) e o crocante de cacau e castanha-de-caju (R$ 38) para fechar. Zero de desconstruções e confusões: comida brasileira contemporânea, e entenda por isso, feita de forma mais leve, optando por insumos menos pesados e calóricos. Modernidade é isso. Boas festas para todos. Rudä: quatro garfinhos (muito bom) Rua Garcia d'Avila 118, Ipanema. Seg, ter e domingo, de 12h às 23h. De qua a sáb, de 12h às 00h. Initial plugin text Initial plugin text