Pesquisadores desenvolveram medicamentos experimentais que estimulam as mitocôndrias em nossas células a trabalharem um pouco mais e queimarem mais calorias. As descobertas podem abrir caminho para novos tratamentos para a obesidade e melhorar a saúde metabólica. '2026 será meu momento de completo nascimento', afirma Fabiana Justus sobre o novo ano após a remissão do câncer Fogos de artifício x pets: veja como proteger cães e gatos do estresse nas festas de fim de ano A obesidade é uma epidemia global e um fator de risco para muitas doenças, incluindo diabetes e câncer. Os medicamentos atuais para obesidade exigem injeções e podem causar efeitos colaterais; portanto, uma maneira segura de impulsionar a perda de peso poderia trazer benefícios significativos para a saúde pública. A equipe de pesquisa, liderada pelo professor Associado Tristan Rawling, da Universidade de Tecnologia de Sydney (UTS), na Austrália, em conjunto com a Universidade Memorial de Terra Nova, no Canadá, concentrou-se em "desacopladores mitocondriais". Essas são moléculas que fazem com que as células queimem energia com menos eficiência e liberem combustível como calor, em vez de convertê-lo em energia que o corpo possa usar. "As mitocôndrias são frequentemente chamadas de usinas de energia da célula. Elas transformam os alimentos que você ingere em energia química, chamada ATP ou adenosina trifosfato. Os desacopladores mitocondriais interrompem esse processo, levando as células a consumirem mais gorduras para suprir suas necessidades energéticas", disse o Rawling, em comunicado. "Isso pode ser comparado a uma barragem hidrelétrica. Normalmente, a água da barragem flui através de turbinas para gerar eletricidade. Os desacopladores agem como um vazamento na barragem, permitindo que parte dessa energia contorne as turbinas, sendo perdida na forma de calor, em vez de produzir energia útil." Compostos que induzem o desacoplamento mitocondrial foram descobertos há cerca de um século, porém esses primeiros medicamentos eram venenos letais que causavam superaquecimento e morte. "Durante a Primeira Guerra Mundial, trabalhadores de uma fábrica de munições na França perderam peso, apresentaram febre alta e alguns morreram. Os cientistas descobriram que isso era causado por um produto químico usado na fábrica, chamado 2,4-dinitrofenol ou DNP", diz Rawling. "O DNP interrompe a produção de energia mitocondrial e aumenta o metabolismo. Foi comercializado brevemente na década de 1930 como um dos primeiros medicamentos para perda de peso. Era notavelmente eficaz, mas acabou sendo proibido devido aos seus graves efeitos tóxicos. A dose necessária para a perda de peso e a dose letal são perigosamente próximas". No novo estudo, publicado na revista científica Chemical Science, os pesquisadores criaram desacopladores mitocondriais "leves" mais seguros, ajustando com precisão a estrutura química de moléculas experimentais, o que lhes permitiu controlar a intensidade com que as moléculas aumentam o uso de energia celular. Enquanto alguns dos medicamentos experimentais aumentaram a atividade das mitocôndrias sem prejudicar as células ou interromper sua capacidade de produzir ATP, outros criaram o mesmo desacoplamento arriscado observado com os compostos tóxicos mais antigos. Essa descoberta permitiu que os pesquisadores entendessem melhor por que as moléculas mais seguras se comportam de maneira diferente. Os desacopladores mitocondriais leves reduzem o processo a um nível que as células conseguem suportar, protegendo contra efeitos adversos. Outra vantagem dos desacopladores mitocondriais leves é a redução do estresse oxidativo nas células. Isso pode melhorar a saúde metabólica, proporcionar efeitos antienvelhecimento e proteger contra doenças neurodegenerativas como a demência. Embora o trabalho ainda esteja em fase inicial, a pesquisa oferece uma base para o desenvolvimento de uma nova geração de medicamentos que podem induzir um desacoplamento mitocondrial leve e aproveitar os benefícios sem os riscos.