Venezuela liberta 60 detidos após eleição de Maduro em 2024

Pelo menos 60 pessoas detidas após as eleições presidenciais de 2024 na Venezuela foram libertadas neste Natal, informou nesta quinta-feira uma ONG composta por ativistas de direitos humanos e familiares de presos políticos. Os libertados foram presos em meio à crise política desencadeada pela reeleição do presidente Nicolás Maduro em julho de 2024 para um terceiro mandato, em meio a denúncias de fraude por parte da oposição. A proclamação de Maduro provocou protestos que resultaram na prisão de cerca de 2.400 pessoas, que o próprio presidente classificou como "terroristas". Mais de 2.000 já foram libertadas, segundo dados oficiais. As libertações começaram na madrugada desta quinta-feira, 25 de dezembro, informou o Comitê para a Liberdade dos Presos Políticos (Clippve). "Comemoramos a libertação de mais de 60 venezuelanos, que jamais deveriam ter sido detidos arbitrariamente. Embora não estejam completamente livres, continuaremos trabalhando por sua plena liberdade e pela de todos os presos políticos", declarou Andreína Baduel, responsável da Clippve, à AFP. "Devemos lembrar que existem mais de mil famílias com presos políticos", acrescentou Baduel, filha do falecido general Raúl Isaías Baduel, ex-colaborador do ex-presidente Hugo Chávez. O general morreu na prisão em 2021. As condições dessas libertações não estão claras. A AFP solicitou detalhes sobre as solturas ao Ministério Público, mas ainda não recebeu resposta. Segundo familiares, os detidos estavam sendo mantidos na prisão de segurança máxima de Tocorón, localizada no estado de Aragua, a cerca de 134 quilômetros de Caracas. Essa prisão foi designada para abrigar presos após as eleições. Libertações também estão sendo relatadas em outras prisões. Além disso, seu irmão, Josnars Adolfo Baduel, está detido há cinco anos, acusado de terrorismo. Na Venezuela, existem pelo menos 902 "presos políticos", de acordo com a contagem mais recente da ONG Foro Penal.