Thaisa Daher tem uma carreira de sucesso no vôlei. Afinal, a então jogadora do Minas Tênis Clube é bicampeã olímpica e conquistou títulos de expressão por onde passou. Para alcançar esse status, ela precisou conviver com lesões graves e fazer das críticas um combustível a mais dentro de quadra. Um desses momentos de superação foi a grave lesão no joelho esquerdo em 2017, quando Thaisa atuava pelo Eczacibasi Vitra, da Turquia. À época, o técnico Zé Roberto foi fundamental para que ela encontrasse forças para se recuperar. — O Zé (Roberto) fez muito mais do que eu imaginava. Pensei que ia ter uma estrutura, mas ele me deu plano de saúde, me deu salário, me contratou (no Barueri). E ele nem sabia se eu ia voltar a jogar. Fora o tempo dele. Ele deixava de fazer coisas para ficar ali comigo. Talvez ele não entenda que a presença dele ali fez muito mais diferença do que qualquer coisa. E a volta foi esquisita demais, eu ainda tava dando uma patinada dos movimentos. A cabeça está lá na frente, mas o corpo não responde — lembra Thaisa ao Basticast. Em busca de retomar o alto nível, Thaisa confessa que teve dificuldades na hora de realizar determinados movimentos por conta da contusão. Apesar da questão física, a jogadora precisou lidar com críticas pesadas, o que, por outro lado, fizeram com que ela se motivasse mais dentro e fora da quadra. — Eu girava muito o corpo para me proteger no bloqueio e evitava saltar com a perna que havia sofrido a lesão. Fazia todos os movimentos possíveis para cair com as duas pernas. Era inconsciente, mas atrapalhava totalmente o meu bloqueio. Aí o povo começou: “É manca, lenta, não vai voltar, robocop, nunca mais joga igual”. Brasileiro é complicado. Uma atleta bicampeã olímpica, que entregou tanto pelo Brasil, no primeiro momento em que fica na merda e precisa de ajuda, é massacrada em vez de te ajudar. Só que isso eu adorei, me deu força. Queriam me atrapalhar e me ajudaram — afirma.