A cotação da prata superou nesta sexta-feira, pela primeira vez, a barreira simbólica de US$ 75 por onça (31,1 gramas), em um contexto de valorização generalizada dos metais preciosos e industriais no fim do ano, marcada por incertezas econômicas e riscos geopolíticos no cenário internacional. Ouro renova recorde e ultrapassa US$ 4.500. Por que investidores estão correndo para o metal? Entenda Alta dos metais: Com tensões geopolíticas na Venezuela, ouro e prata atingem máxima histórica O metal atingiu US$ 75,15 (R$ 416, na cotação atual), enquanto o ouro também renovou máximas, alcançando US$ 4.531,04 (R$ 25.118) por onça. Desde janeiro, o ouro acumula valorização próxima de 70%, e a prata, superior a 150%, desempenhos anuais sem precedentes desde 1979. Tradicionalmente considerados ativos de refúgio, ouro e prata são vistos como investimentos de maior segurança no longo prazo, sendo adquiridos sobretudo por bancos centrais e investidores privados como forma de proteção em períodos de instabilidade. Segundo analistas, a recente escalada dos preços foi impulsionada, em parte, pelo aumento do risco geopolítico associado ao conflito entre Estados Unidos e Venezuela. Washington mobilizou, nos últimos meses, um amplo aparato militar no Caribe e impôs um bloqueio naval ao setor petrolífero venezuelano, acusando Caracas de financiar o "narcoterrorismo". O governo venezuelano, por sua vez, denuncia uma tentativa de desestabilização com o objetivo de derrubar o presidente Nicolás Maduro e assumir o controle das reservas de petróleo do país. Ao mesmo tempo, o dólar e os títulos do Tesouro dos Estados Unidos — tradicionalmente considerados valores de refúgio e concorrentes diretos dos metais preciosos — perderam atratividade ao longo de 2025. A incerteza em torno da presidência de Donald Trump contribuiu de forma significativa para esse movimento, reforçado pela perspectiva de novas reduções nas taxas de juros por parte do Federal Reserve (Fed), o que tende a enfraquecer a moeda americana. Investidores também demonstram preocupação com o crescimento da dívida pública nas principais economias globais e com a possibilidade de formação de uma bolha no setor de Inteligência Artificial. Todas as incógnitas provocam a alta do ouro e da prata, assim como de outros metais, já que muitos consideram prudente diversificar suas carteiras, assinalou John Plassard, analista do Cité Gestion Private Bank.