Dólar abre com foco em sinalizações políticas e agenda enxuta pós-Natal

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair O dólar inicia a sessão desta sexta-feira (26) de olho no cenário interno e externo. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h. A reabertura dos mercados após o feriado de Natal traz uma agenda mais enxuta no Brasil e no exterior. Ainda assim, dados econômicos, movimentos políticos e desdobramentos geopolíticos devem orientar o humor dos investidores. Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça ▶️ No Brasil, o Banco Central divulga pela manhã a nota de crédito de novembro, que mostra como evoluíram as concessões e as condições de financiamento. À tarde, sai o fluxo cambial semanal, importante para medir a entrada e saída de dólares em um período de menor liquidez. ▶️ No cenário político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou, em carta, que seu filho mais velho, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), será seu indicado para disputar a Presidência em 2026. Analistas avaliam que a sinalização reduz o espaço para Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) — nome visto como mais bem aceito pelo mercado — e reforça a percepção de continuidade do atual governo, o que tende a pressionar o câmbio e a bolsa. ▶️ Ainda por aqui, causou estranhamento a decisão do ministro do STF Dias Toffoli de marcar, em pleno recesso, uma acareação envolvendo o dono do Banco Master, um ex-presidente do BRB e um diretor do Banco Central. A audiência deve tratar da atuação do BC na liquidação da instituição financeira. ▶️ No exterior, a China revisou para baixo o PIB de 2024, estimado agora em 134,8 trilhões de iuanes (US$ 19,23 trilhões), abaixo do número preliminar. Pequim também anunciou sanções contra dez pessoas e 20 empresas do setor de defesa dos Estados Unidos — entre elas a unidade da Boeing em St. Louis — em resposta à venda de armas americanas para Taiwan. ▶️ No tabuleiro geopolítico, a Rússia acusou os EUA de “pirataria” no Caribe após bloqueio à Venezuela, elevando tensões. Em meio à crise política no país vizinho, pelo menos 60 pessoas presas após as eleições de 2024 foram libertadas neste Natal, segundo uma ONG local. Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado: Dólar a Acumulado da semana: +0,03%; Acumulado do mês: +3,67%; Acumulado do ano: -10,50%. Ibovespa C Acumulado da semana: +1,25%; Acumulado do mês: +0,87%; Acumulado do ano: +33,40%. Prévia da inflação O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, avançou 0,25% em dezembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo IBGE. Em dezembro de 2024, o índice havia registrado alta de 0,34%. Com esse resultado, o IPCA-15 encerra o ano com inflação acumulada de 4,41%, permanecendo dentro do intervalo da meta perseguida pelo Banco Central. A variação de dezembro ficou 0,05 ponto percentual acima do resultado de novembro, quando o IPCA-15 avançou 0,20%. Ainda assim, o número veio levemente abaixo das expectativas do mercado, que projetavam alta de 0,27% no mês e inflação de 4,43% no acumulado de 12 meses. Dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o indicador, sete apresentaram aumento de preços em dezembro. O maior avanço e também o principal impacto sobre o índice vieram do grupo Transportes, que subiu 0,69% no mês e respondeu por 0,14 ponto percentual do resultado total. Em sentido oposto, o grupo Artigos de Residência registrou queda de 0,64%, retirando 0,02 ponto percentual do índice. Esse foi o quarto recuo consecutivo nos preços médios do grupo, o que ajudou a conter uma alta ainda maior da inflação no período. Veja abaixo a variação dos grupos em dezembro: Alimentação e bebidas: 0,13% Habitação: 0,17% Artigos de residência: -0,64% Vestuário: 0,69% Transportes: 0,69% Saúde e cuidados pessoais: -0,01% Despesas pessoais: 0,46% Educação: 0,00% Comunicação: 0,01% Bolsas globais Os índices em Wall Street fecharam em alta nesta terça-feira. O Dow Jones Industrial Average avançou 0,16%, aos 48.442,41 pontos, o S&P 500 subiu 0,45%, aos 6.909,78 pontos, e o Nasdaq Composite teve ganho de 0,57%, aos 23.561,84 pontos. Já os mercados europeus encerraram o dia em alta, com o índice regional atingindo um novo recorde impulsionado pelo setor de saúde. O destaque foi a forte valorização da Novo Nordisk, que disparou após obter aprovação nos EUA para seu medicamento oral para perda de peso, reforçando sua posição na disputa global por tratamentos contra obesidade. No fechamento, o índice pan-europeu STOXX 600 avançou 0,4%, para 588,81 pontos. Em Londres, o Financial Times subiu 0,24%, a 9.889,22 pontos; em Frankfurt, o DAX ganhou 0,22%, a 24.337,08 pontos; enquanto em Paris o CAC 40 recuou 0,21%, a 8.103,85 pontos. Em Milão, o FTSE/MIB teve alta de 0,03%, a 44.606,58 pontos; em Madri, o Ibex 35 avançou 0,14%, a 17.182,80 pontos; e em Lisboa, o PSI20 caiu 0,27%, para 8.169,20 pontos. As bolsas asiáticas encerraram o dia com resultados variados. Na China, os índices subiram levemente, apoiados pelo avanço das ações de metais não ferrosos, em meio à disparada do preço do ouro para níveis recordes. Também houve ganhos no setor de semicondutores, após notícias de que a Nvidia planeja enviar chips mais potentes para clientes chineses antes do Ano Novo Lunar. Por outro lado, Hong Kong registrou queda, pressionada por perdas em empresas de tecnologia, como a Kuaishou, que sofreu um ataque cibernético. No fechamento, o índice de Xangai subiu 0,07%, a 3.919 pontos, e o CSI300 avançou 0,20%, a 4.620 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 0,11%, a 25.774 pontos. Outros mercados tiveram desempenho positivo: Nikkei, no Japão, ficou estável em 50.412 pontos; Kospi, na Coreia do Sul, ganhou 0,28%, a 4.117 pontos; Taiex, em Taiwan, subiu 0,57%, a 28.310 pontos; e Straits Times, em Cingapura, avançou 0,62%, a 4.638 pontos. Notas de dólar. Murad Sezer/ Reuters