UFRJ, maior universidade do país, vive crise financeira A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) manifestou “profunda preocupação”, nesta sexta-feira (26), com a redução do orçamento das universidades federais aprovada pelo Congresso Nacional na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026. A decisão, que retira quase R$ 500 milhões do setor, segundo cálculos da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), agrava um cenário já considerado crítico pelas instituições. Em nota, a UFRJ afirma que o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) original “já não assegurava recursos suficientes para o pleno funcionamento das instituições”, e que o corte adicional ameaça atividades essenciais de ensino, pesquisa, extensão, inovação e assistência estudantil. Em 2025, o orçamento executado das universidades foi de R$ 6,82 bilhões. O PLOA enviado pelo governo para 2026 previa R$ 6,89 milhões em verba para as 69 universidades federais. No entanto, na última sexta-feira (19), o Congresso cortou R$ 488 milhões desse montante. Assim, as instituições ficaram com R$ 6,43 bilhões. “É inaceitável que se retirem recursos de universidades públicas — que formam profissionais de excelência, produzem mais de 90% da ciência do país e asseguram a capacidade brasileira de inovar — para ampliar a alocação destinada a emendas parlamentares”, diz o comunicado. Fachada de um dos prédios da UFRJ Artur Moês/SGCOM UFRJ A universidade alerta para consequências imediatas caso não haja recomposição orçamentária: paralisação de laboratórios, interrupção de projetos científicos e sociais, perda de bolsas estudantis, redução de ações de extensão em áreas vulneráveis e precarização da manutenção de hospitais universitários, museus e bibliotecas. “Em um país que precisa crescer com base em conhecimento, cortar o orçamento das universidades é comprometer o futuro”, conclui a nota, que conclama autoridades e sociedade a reverterem a decisão. Segundo levantamento da Andifes, o corte aprovado pelo Congresso representa uma redução de cerca de 10% nos recursos discricionários das universidades federais, que já vinham operando com orçamento limitado nos últimos anos. O orçamento de 2025 já era menor do que as instituições afirmam precisar. No começo deste ano, a reivindicação delas era de R$ 7,81 bilhões, o mesmo patamar de 2019, com valores atualizados. A situação se agrava porque os orçamentos foram ainda menores entre 2020 e 2022. UFRJ, maior universidade do país, vive crise financeira Reprodução/TV Globo