Na semana do Natal, a cidade de São Paulo bateu o recorde de maior temperatura registrada no mês de dezembro desde o ano de 1963 ao atingir a máxima de 35,9 °C. No Rio de Janeiro, a situação não foi tão diferente. Em decorrência de uma massa de ar seco que predomina sobre o Sudeste, a capital fluminense registrou 40,1 °C, o que fez com que a quinta-feira fosse considerada o dia mais quente na cidade desde o mês de outubro. Calorão em festas de fim de ano: entenda como vórtice ciclônico eleva temperaturas na reta final de 2025 'Comida pode unir predadores': presa de focas e orcas no mar, pinguim vira alvo de pumas em terra, na Patagônia Segundo a meteorologista Andrea Ramos, a massa de ar quente impede o avanço de frentes frias na direção sudeste, o que dificulta a renovação do ar e provoca altas temperaturas. Andrea aponta que a condição atual está relacionada a um vórtice ciclônico de altos níveis — um fenômeno que proporciona a criação de um bloqueio atmosférico e, consequentemente, o surgimento de ondas de calor. — O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu dois tipos de alerta, que valem até a próxima segunda-feira (29). Um amarelo, que abrange uma parte de Minas Gerais, e outro laranja, responsável por contemplar Rio e São Paulo completamente. O segundo tem uma característica singular, mostra uma onda de calor que atua entre 3 a 5 dias. — explica a meteorologista. Aviso de onda de calor emitido pelo Inmet para sexta-feira, 26 de dezembro Reprodução / Inmet Para ser definido como "calorão", é necessário que a temperatura atual ultrapasse 5 °C em relação à média climatológica esperada para aquela época do ano durante cerca de cinco dias. De acordo com Cesar Soares, meteorologista do Climatempo, o cálculo deve ser feito com números obtidos em pelo menos 20 anos. — Para saber se uma temperatura é ou não normal para estação atual fazemos uma média a partir das médias diárias e mensais, em um período de pelo menos 20 anos. Já para medição da temperatura atual, utilizamos termômetros regulares em estações que tenham o mínimo de impacto. Ou seja, áreas com menos prédios, que tenham vegetação e um lugar com sombra — detalha. Andrea Ramos ressalta ainda que, para calcular a sensação térmica, também leva-se em consideração a temperatura da pele, que varia em cada pessoa. — Essas temperaturas elevadas, intensificadas por essas condições climáticas, favorecem ainda mais as temperaturas sensíveis, as do corpo. Na Região Sudeste, onde há esse calor extremo, baixa umidade e pouco vento, a sensação térmica pode evoluir para 2 ou 3 graus acima da temperatura descoberta na medição comum. Apesar das altas temperaturas, a meteorologista afirma que o calor intenso é esperado para o verão, estação do ano vigente atualmente no Brasil. — No momento, há uma condição de neutralidade climática, que influencia justamente na questão de manter as condições das estações do ano. Por isso, temos ondas de calor, umidade, características comuns ao verão. *Estagiária sob a supervisão de Julio Cesar Lyra