Preparem os corações, os óculos de grau estiloso e o espírito oitocentista, porque a Netflix resolveu brincar de deusa do caos cultural. Enquanto o mundo ainda tenta digerir o fim de Stranger Things, vem aí a bomba que ninguém estava esperando direito: um spin-off animado oficial da série. Sim, animado. Sim, autorizado. Sim, real oficial. E eu, claro, já estava sabendo. Porque Kátia Flávia sente essas coisas no ar. A história se passa durante o inverno rigoroso de 1985, situada cronologicamente entre a 2ª e a 3ª temporada da série original. Foto: reprodução/Netflix/YouTube O projeto ainda guarda mistério, mas já se sabe que não será uma continuação direta da história de Eleven & companhia. A proposta é outra. Mais livre. Mais criativa. Mais sombria. Um mergulho no universo da série por outro ângulo, com estética animada e narrativa própria algo entre o cult, o experimental e o absolutamente viciante. Traduzindo: a Netflix decidiu transformar Stranger Things em mitologia. E aqui está o pulo do gato que ninguém andou dizendo por aí: esse desenho não nasce como “conteúdo infantil”. Muito pelo contrário. Ele vem para conversar com o público adulto que cresceu com a série, que entende as referências, que sente o peso do terror psicológico, que reconhece o cheiro de Stephen King no ar. Aliás, é aí que mora o charme. A animação busca evocar o estilo dos desenhos animados clássicos de sábado de manhã dos anos 80. Foto: reprodução/Netflix Nos bastidores, o burburinho é de que o spin-off vai explorar ainda mais o tal Mundo Invertido , aquele lugar que nunca foi só um cenário, mas quase um personagem. Uma metáfora viva do medo, da perda, da adolescência e daquilo que a gente enterra e finge que não existe. Ou seja: vem coisa densa, vem coisa boa, vem coisa que não passa na Sessão da Tarde. https://youtu.be/7m49Wm64ngo?si=bbtZDzYTy2LaGvhx Anúncio oficial do spin-off E sabem o que é mais delicioso nisso tudo? Enquanto muita gente ainda está presa à nostalgia do walkman e da bicicletinha, a Netflix entendeu que Stranger Things virou algo maior. Virou universo. Virou linguagem. Virou referência pop que atravessa gerações. Não à toa, nas redes, o apelido “Stranger Kings” já circula como piada interna entre fãs ,uma mistura de reverência e histeria coletiva. Porque sim, meus amores, a série deixou de ser série faz tempo. Agora é império.