Estados Unidos bombardeiam Estado islâmico na Nigéria Os Estados Unidos bombardearam bases do grupo terrorista Estado Islâmico na Nigéria. Os Estados Unidos dispararam mais de dez mísseis Tomahawk de um navio no Golfo da Guiné na noite de quinta (25). Os alvos eram acampamentos no estado de Sokoto, no noroeste da Nigéria. Ainda era noite de Natal quando o presidente Trump anunciou: "Os Estados Unidos lançaram um ataque poderoso e mortal contra a escória terrorista do Estado Islâmico no noroeste da Nigéria, que têm atacado e assassinado cruelmente, principalmente, cristãos inocentes, em níveis não vistos há muitos anos, e até mesmo séculos!". O governo nigeriano confirmou o apoio à operação e compartilhou informações de inteligência. Em novembro, Trump tinha ameaçado interromper a ajuda ao país e intervir militarmente se o governo da Nigéria não acabasse com a violência de militantes islâmicos contra cristãos. À época, o presidente Bola Ahmed Tinubu afirmou que o país enfrenta grupos terroristas que atacam cidadãos de todas as crenças. E que o governo se esforça para garantir a liberdade de religiosa. A Nigéria é o país mais populoso da África. Tem cerca de 230 milhões de habitantes, com cristãos concentrados no sul, e muçulmanos no norte. O país convive há décadas com a violência agravada por disputas étnicas. Grupos terroristas como o Boko Haram e ramificações do Estados Islâmico fazem ataques e sequestros direcionados a civis tanto cristões, quanto muçulmanos. Na quinta, por volta das 18h, um homem-bomba matou 5 pessoas numa mesquita no noroeste do país. Em novembro, o alvo foi uma escola católica. Cerca de trezentas crianças e doze funcionários foram capturados, num dos piores sequestros da história da Nigéria. No início de dezembro, o governo nigeriano negociou a libertação de cem crianças. Só este ano, mais de 12 mil pessoas morreram no país, vítimas de diferentes grupos extremistas. ONGs que monitoram a violência no país dizem que não há evidências de que uma religião seja muito mais afetada do que a outra. Miriam Adah, que trabalha numa dessas organizações, disse que não é comum que a Nigéria aceite intervenção militar estrangeira. “Parte dos nigerianos pode pensar que agora com a ajuda dos Estados Unidos todos os problemas vão ser resolvidos – esperando um milagre. Mas, na realidade, a situação é muito mais complexa. Os ataques aéreos podem ajudar temporariamente, mas isso não significa exatamente o fim do problema”, comentou Adah. Estados Unidos bombardeiam Estado islâmico na Nigéria Reprodução/TV Globo