Gari Laudemir, Clara Maria, professora Soraya Tatiana e Alice: os casos de violência que comoveram BH em 2025

Ao longo de 2025, casos de violência registrados em Belo Horizonte ganharam repercussão nacional e mobilizaram a opinião pública. Entre eles estão o assassinato da jovem Clara Maria, morta após ser atraída para uma falsa quitação de dívida; a morte de Soraya Tatiana, enforcada pelo próprio filho; o homicídio do gari Laudemir Fernandes, baleado durante o trabalho; e o caso de Alice Martins Alves, mulher trans que morreu após agressões sofridas por deixar de pagar R$ 22 em um bar na Savassi. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 MG no WhatsApp Todos esses crimes resultaram em investigações extensas, mas seguem sem desfecho definitivo na Justiça. Em alguns casos, os acusados permanecem presos preventivamente; em outros, respondem em liberdade, enquanto familiares aguardam decisões judiciais. A seguir, veja o que se sabe sobre cada um desses casos, o andamento mais recente dos processos e em que fase estão as ações judiciais: Caso Clara Maria: corpo concretado em feminicídio. Caso Soraya Tatiana: professora morta pelo próprio filho. Caso Laudemir Fernandes: gari morto durante coleta de lixo. Caso Alice: agressão transfóbica termina em morte na Savassi. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Caso Clara Maria: corpo concretado em feminicídio Natural de Uberlândia, Clara Maria tinha 21 anos e morava sozinha desde os 14 anos. O corpo foi encontrado após três dias desaparecido. Reprodução A estudante Clara Maria, de 21 anos, foi morta em março, em Belo Horizonte, após ser atraída à casa de um ex-colega de trabalho sob o pretexto de receber o pagamento de uma dívida. Segundo a investigação, ela foi asfixiada dentro do imóvel, no bairro Ouro Preto. Após o crime, o corpo foi enterrado em uma cova rasa no próprio terreno da residência e coberto com entulho e concreto. O desaparecimento levou à descoberta do crime dias depois. Dois homens foram presos e confessaram participação. A Justiça aceitou a denúncia por feminicídio qualificado e outros crimes, como ocultação de cadáver e vilipêndio. Em outubro, os réus foram pronunciados e seguem presos, aguardando julgamento pelo Tribunal do Júri. Thiago Schafer Sampaio (esq) e Lucas Rodrigues Pimentel (dir), suspeitos da morte de Clara Maria, em Belo Horizonte. Polícia Civil de Minas Gerais Caso Soraya Tatiana: professora morta pelo próprio filho Em julho, a morte de Soraya Tatiana Bomfim França, de 56 anos, chocou o país. Ela foi morta dentro do apartamento onde morava com o filho, após uma discussão relacionada a dívidas familiares. O corpo foi colocado no porta-malas do carro da vítima e abandonado sob um viaduto, em Vespasiano. O autor tentou simular um crime sexual para despistar a investigação, mas acabou confessando dias depois. O filho da vítima está preso preventivamente e responde por feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. O processo corre em segredo de Justiça e, até dezembro, aguardava a decisão da magistrada sobre a pronúncia do réu. Matteos França Campos e Soraya Tatiana Reprodução Caso Laudemir Fernandes: gari morto durante coleta de lixo Em agosto, o gari Laudemir Fernandes, de 44 anos, foi morto a tiros enquanto trabalhava na coleta de lixo, no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte. O crime ocorreu após uma discussão causada pelo bloqueio momentâneo da rua pelo caminhão de coleta. Testemunhas relataram que o autor se irritou com a situação, fez ameaças e disparou contra o trabalhador, que morreu no local. O acusado foi preso poucas horas depois. O Ministério Público denunciou o empresário por homicídio triplamente qualificado, além de outros crimes. O processo está na fase final de instrução, com o réu preso preventivamente, aguardando decisão sobre se irá a julgamento pelo Tribunal do Júri. Renê da Silva Nogueira Júnior confessou ter matado o gari Laudemir de Souza Fernandes Reprodução Caso Alice: agressão transfóbica termina em morte na Savassi Em outubro, a morte de Alice Martins Alves, mulher trans de 33 anos, gerou protestos e mobilização de movimentos sociais. Ela foi espancada por dois garçons após um desentendimento por uma conta de R$ 22 em um bar da Savassi. Câmeras de segurança registraram a vítima pedindo socorro durante as agressões, que só cessaram com a intervenção de um motoboy. Alice sofreu graves lesões internas e morreu semanas depois, em decorrência de complicações. A Polícia Civil indiciou os dois acusados por feminicídio, e a Justiça aceitou a denúncia. Um deles, o garçom Arthur Caique Benjamin de Souza, foi preso no último dia 19 após determinação da Justiça. O outro acusado do crime, Willian Gustavo de Jesus do Carmo, de 20 anos, que também trabalhava no bar, não teve a prisão decretada, porque a juíza entendeu que a participação dele ainda precisa ser melhor esclarecida. Alice Martins Alves, de 33 anos, morreu após sair de um bar, em BH Reprodução/redes sociais Processos seguem sem desfecho Apesar da repercussão e da mobilização social em torno dos casos, nenhum deles teve julgamento concluído até o fim de 2025. As ações seguem em diferentes fases na Justiça, entre audiências, alegações finais e decisões de pronúncia. Todos avançam dentro dos prazos legais. Vídeos mais assistidos do g1 MG