Trump pede que Justiça também exponha democratas ligados a Epstein após divulgação de documentos: 'Caça às bruxas'

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, instou, nesta sexta-feira, o Departamento de Justiça a “envergonhar” democratas que, segundo ele, também tenham mantido relações com Jeffrey Epstein. A declaração ocorre após o órgão intensificar a análise e a divulgação de milhões de documentos ligados ao financista, acusado de crimes sexuais e morto em 2019 enquanto aguardava julgamento em uma prisão de Nova York. Na semana passada, o Departamento de Justiça iniciou a publicação de parte dos dossiês da investigação sobre Epstein, que era acusado de tráfico de menores para fins sexuais. Entre os materiais divulgados mais recentemente, na terça-feira, há diversas referências a Trump, incluindo registros de voos realizados pelo então empresário no jato particular de Epstein. Trump já admitiu ter sido amigo do financista, mas afirma ter se afastado quando as acusações vieram à tona. Apesar de setores do Partido Republicano defenderem maior transparência sobre os associados de Epstein, o presidente tem evitado comentar o caso com frequência. “Agora foram encontradas mais um milhão de páginas sobre Epstein. O Departamento de Justiça é forçado a dedicar todo o seu tempo a esse engodo inspirado pelos democratas”, escreveu Trump na sexta-feira em sua rede social, a Truth Social. “São os democratas que trabalharam com Epstein, não os republicanos. Divulguem todos os seus nomes, envergonhem-nos e voltem a ajudar o nosso país!”, disse. “A esquerda radical não quer que se fale do SUCESSO DE TRUMP E DOS REPUBLICANOS, apenas do falecido Jeffrey Epstein, morto há muito tempo. É apenas mais uma caça às bruxas!!!”, acrescentou. O presidente não citou quais democratas poderiam ser mencionados nos arquivos. O Departamento de Justiça, por sua vez, não cumpriu o prazo legal de 19 de dezembro para a divulgação integral dos documentos. O procurador-geral adjunto, Todd Blanche, atribuiu o atraso à necessidade de proteger cuidadosamente a identidade das vítimas. Na terça-feira, o Departamento de Justiça saiu em defesa de Trump e afirmou que os arquivos contêm “alegações falsas e sensacionalistas” contra ele, encaminhadas ao FBI antes das eleições de 2020, vencidas pelo democrata Joe Biden. O órgão não detalhou quais acusações seriam falsas. “Se tivessem um mínimo de credibilidade, sem dúvida já teriam sido usadas como arma contra o presidente Trump”, acrescentou o departamento.