Com a chegada do verão neste final de ano, o calor passa a ser o companheiro do brasileiro. Ele vem manso. Começa com um suorzinho, e a gente se abana. O termômetro sobe um pouco mais, e afrouxamos o colarinho e bebemos água. Mas, de repente, parece que estamos assando por dentro. Se estamos no ônibus lotado então... Logo ficamos ofegantes, sentimos uma tonteira e podemos até desmaiar. Efeitos colaterais e comparação do Zepbound com o Ozempic: Tudo o que se sabe sobre a nova caneta para a perda de peso Entenda o caso: Médicos britânicos desligam aparelhos mantendo bebê vivo no Reino Unido Com a previsão de uma nova onda de calor que deve afetar praticamente todo o Brasil nos próximos dias, o GLOBO mostra em um videográfico como o corpo humano reage às altas temperaturas, por que suamos, retemos o xixi e disparamos o coração. Assista ao videográfico: Ardendo por dentro Os efeitos do calorão ambiente podem ser extremos. O corpo humano precisa manter constante a temperatura interna a 36,5 °C, não importando o termômetro no exterior. Em dias muito quentes, para conseguir isso o corpo fica sobrecarregado, células literalmente derretem. E nosso sistema de resfriamento pode entrar em colapso. Para você não derreter, há dicas de como driblar o calorão com muita hidratação, roupas mais leves e até compressas de água gelada. Dificuldade para dormir no calor? Saiba o motivo e confira 7 dicas para adormecer melhor O calorão mata Nenhum extremo climático é mais mortal do que ondas de calor como a que estamos vivendo e devem se repetir nos próximos meses, fazendo de 2023 e 2024 os anos mais quentes da História. Mais pessoas morrem em decorrência do calor do que de todos os outros desastres climáticos combinados - em 2019, foram 489 mil mortes. Os principais alvos Idosos, crianças, pessoas obesas, diabéticos, cardíacos, portadores de doenças respiratórias e pacientes renais são os mais sensíveis ao calorão. E mulheres, em geral, têm menor tolerância do que os homens, devido à distribuição de gordura e a fatores hormonais. Um ano depois: Sem procura, quase 30 mil doses da vacina de Mpox encalham no Brasil As doenças 'quentes' Um estudo do grupo do cientista Camilo Mora, da Universidade do Havaí, identificou 27 distúrbios pelos quais o calor pode matar: Doenças cardiovasculares são a principal causa de morte associada ao calor. A resposta do corpo às altas temperaturas sobrecarrega o coração e os vasos sanguíneos. O coração precisa trabalhar com mais intensidade e mais depressa. Os vasos sanguíneos são obrigados a se dilatar. Para quem já enfrenta distúrbios, aumenta o desequilíbrio entre o aumento do esforço com a redução da oferta de oxigênio. Isso pode levar a isquemia e infarto. Doenças respiratórias também podem se agravar durante ondas de calor e são a segunda causa de morte durante esses eventos. O sistema respiratório também é sobrecarregado e ainda sofre as consequências da reação do sistema imunológico à morte de células associada ao estresse térmico. Doenças cerebrovasculares. As reações ao calor no fluxo sanguíneo para o cérebro e os danos à barreira hematoencefálica podem aumentar a pressão intracraniana, levando à isquemia cerebral e, em casos extremos, hemorragia intracraniana. Doenças renais e diabetes também estão no topo da lista das preocupações. As renais porque os rins são sobrecarregados e ainda sofrem os efeitos da desidratação. Um estudo publicado na revista Lancet Planetary Health revelou que 15% das pessoas expostas ao calor extremo e prolongado no trabalho - caso de operários da construção civil, garis, policiais, entregadores, vendedores ambulantes, trabalhadores rurais, por exemplo - podem desenvolver problemas renais crônicos. O consórcio de pesquisa europeu Heat Shield alertou que as mudanças climáticas podem provocar uma epidemia de doença renal. Já o diabetes pode se agravar com as alterações do fluxo sanguíneo. Citotoxicidade (envenenamento das células), coagulação intravascular disseminada (formação de trombos que podem destruir órgãos) e rabdomiólise (síndrome causada pela destruição das fibras musculares). Doenças mentais e neurológicas. Pesquisas com pessoas idosas indicaram que calor e poluição afetam a cognição e a concentração. Estudos já associaram ondas de calor ao aumento de casos de suicídio, crises de depressão e episódios de violência. Crises epilépticas. Ondas de calor podem deflagrá-las. Isso ocorreria porque as temperaturas elevadas intensificam a conexão entre os hemisférios do cérebro, o que influenciaria mecanismos associados às convulsões. Atenção prejudicada Outro mecanismo importante afetado pelo calorão extremo é a regulação do sono. Dormimos pior no calor e isso tem consequências no humor, na capacidade de atenção e na disposição geral. Há também aumento de acidentes porque o calor e a desidratação dificultam o raciocínio. Tome vacina e olhe para seu corpo: Oncologista Paulo Hoff dá 10 dicas para prevenir câncer Mosquitos e carrapatos O calor também traz o risco de epidemias de doenças transmitidas por mosquitos e carrapatos porque esses animais têm o habitat ampliado e a reprodução estimulada pelas temperaturas elevadas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou este ano para o risco de grande aumento do número de casos de dengue, chicungunha, zika, febre amarela e malária, todas transmitidas por mosquitos. E o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) advertiu para a multiplicação de casos de doenças transmitidas por carrapatos, em especial a febre maculosa. Initial plugin text