A Polícia Federal cumpriu neste sábado um mandado de prisão domiciliar contra o ex-assessor internacional da Presidência Filipe Martins, condenado no processo da trama golpista. A medida foi ordenada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, um dia depois da descoberta de tentativa de fuga do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, detido ontem no Paraguai. A ação visa evitar eventuais novas fugas de condenados do processo. O advogado de Martins, Jeffrey Chiquini, classificou em vídeo que a decisão é "absurda" e "vingativa" e que não há "nenhuma alteração no quadro fático" contra o seu cliente. — O que o Filipe Martins tem a ver com a fuga com outro réu? — disse o defensor, e completou: — Filipe Martins estava até hoje com tornozeleira eletrônica e não podia sair da sua cidade. Hoje, no meio do recesso, semana de festas, Filipe Martins tem uma prisão domiciliar decretada, sem qualquer motivo. O ex-assessor agora não pode mais receber visitas sem autorização judicial e não pode sair da casa. Ele segue utilizando tornozeleira eletrônica. O mandado foi informado por agentes da PF que foram à residência de Martins, em Ponta Grossa (PR), segundo a defesa. Ao todo, a Polícia Federal cumpre dez mandados de prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, determinados pelo Supremo Tribunal Federal; As ordens judiciais estão sendo cumpridas nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Bahia, Tocantins e no Distrito Federal, com apoio do Exército Brasileiro em parte das diligências. Além da prisão domiciliar, foram impostas medidas cautelares como a proibição de uso de redes sociais, de contato com outros investigados, a entrega de passaportes, a suspensão de documentos de porte de arma de fogo e a proibição de visitas.