A verdade por trás do bronzeado: o que o sol faz com a celulite (e você não sabia)

Com a chegada do verão, o feed das redes sociais se enche de corpos dourados, filtros luminosos e a falsa ideia de que basta alguns dias ao sol para conquistar uma pele bonita. Um dos mitos mais repetidos nessa época é a crença de que ficar bem morena esconde a celulite. A lógica parece simples: quanto mais escura a pele, menos contraste e menos evidência dos furinhos. O problema é que esse truque visual dura pouco e cobra um preço alto. O bronzeado não melhora a celulite. Ele apenas mascara o problema enquanto provoca um dano profundo que, meses depois, deixa a pele ainda mais irregular. Medo de mostrar a celulite? Entenda o que é a celulitofobia e como afeta o seu verão Pele lisinha no verão: conheça técnica que promete reduzir celulite sem alterar o contorno corporal A exposição solar excessiva destrói fibras de colágeno e elastina, estruturas essenciais para a firmeza da pele. A longo prazo, essa perda de sustentação acentua a flacidez e torna a celulite mais marcada, justamente o oposto do que muitas mulheres buscam ao se bronzear. Mesmo assim, a ilusão continua, porque, no curto prazo, a pele realmente parece mais uniforme. O verão vira um ciclo de reforço: a camuflagem imediata engana o olhar, mas o resultado estrutural aparece depois, quando o bronze desbota e deixa para trás uma textura mais comprometida. O calor intenso também contribui para aumentar o incômodo. Nos dias quentes, o corpo transpira mais e retém líquido para se proteger da desidratação. Esse inchaço temporário torna os furinhos mais visíveis e alimenta a sensação de que a celulite piorou de um dia para o outro. Na prática, não surgem novas celulites no verão. O que muda é o volume do tecido subcutâneo, que pressiona a superfície da pele e evidencia irregularidades já existentes. A retenção hídrica é um dos fatores que mais confundem a percepção feminina nessa época do ano. Para Roberto Chacur, speaker da GoldIncision e referência em tratamento da celulite, a combinação de mitos, pressa e comparações digitais explica por que tantas mulheres acreditam que o sol é um aliado. O especialista ressalta que o verão cria uma falsa sensação de melhoria. "Muitas pacientes chegam ao consultório repetindo frases como 'parecia que minha celulite tinha sumido, mas voltou pior'", conta. Chacur destaca que nenhum truque de verão resolve. O que muda é a forma como o olho interpreta a pele naquele momento. O sol, segundo ele, não trata, não reduz nem reorganiza a pele; ele apenas colore a superfície enquanto fragiliza a base. "O bronze é um disfarce bonito que custa caro para a pele", afirma. Prevenir a celulite exige constância e escolhas conscientes, e não atalhos de temporada. Hidratar o corpo ao longo do dia evita a retenção de líquidos que acentua os furinhos. Reduzir o sal e o álcool ajuda a manter o edema sob controle. Atividade física regular melhora a circulação e diminui a sensação de peso nas pernas. Drenagem linfática profissional pode trazer alívio imediato ao inchaço típico do verão. E, acima de tudo, o protetor solar é indispensável para impedir que o colágeno seja destruído pelo UV, já que essa degradação é uma das principais responsáveis pelo agravamento da celulite. No fim, o verão não é inimigo do corpo. O inimigo são as ilusões criadas em torno dele. O bronzeado pode até enganar o olhar por alguns dias, mas a pele sempre revela a verdade. Como resume o Dr. Roberto, a celulite não some com o sol, ele apenas disfarça. Por isso, se proteger é a melhor conduta.