O governo federal realizou um empréstimo de R$ 12 bilhões pelos Correios, segundo publicaçãono Diário Oficial da União. O objetivo é buscar reequilíbrio financeiro para a deficitária estatal. + Leia mais notícias de Economia em Oeste A operação foi estruturada com participação de cinco grandes bancos: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander. Terá prazo de amortização de 15 anos, com vencimento final em 2040. https://www.youtube.com/watch?v=aWDZqGygnbw As condições financeiras preveem juros próximos à taxa Selic, dentro dos limites estabelecidos para operações com aval do Tesouro Nacional. Com essa garantia, o governo federal se compromete a honrar os pagamentos caso a estatal não consiga cumprir suas obrigações, o que reduz o risco para as instituições credoras. Os valores poderão ser direcionados tanto ao reforço do capital de giro quanto a investimentos considerados estratégicos. O extrato publicado no DOU também autoriza o uso de parte dos recursos para despesas associadas à própria estruturação do crédito, entre as quais comissões e custos ligados à execução do plano de reestruturação. A autorização do financiamento ocorreu depois de o Tesouro Nacional rejeitar, no início de dezembro, uma tentativa anterior de captação no valor de R$ 20 bilhões. A proposta previa juros acima do teto aceito pelo comitê responsável pela análise, o que levou à negativa. No novo formato, o governo avaliou que a operação atende aos critérios de capacidade de pagamento exigidos para estatais que possuem plano de reequilíbrio aprovado. Correios têm contas deterioradas A medida ocorre em meio a uma deterioração prolongada das contas dos Correios . A empresa acumula resultados negativos desde 2022, somando déficits superiores a R$ 10 bilhões. Apenas entre janeiro e setembro de 2025, o prejuízo ultrapassou R$ 6 bilhões. No primeiro semestre do ano, a estatal registrou perdas de R$ 4,36 bilhões, o maior resultado negativo de sua história. Entre os fatores que geraram a crise estão o crescimento expressivo das despesas com pessoal, mudanças no programa Remessa Conforme, que reduziram receitas com encomendas internacionais, queda acentuada do fluxo de caixa, aumento de gastos com precatórios e o fato de que cerca de 85% das agências operam no vermelho. Além do empréstimo, o plano prevê um Programa de Demissão Voluntária com potencial desligamento de aproximadamente 15 mil funcionários entre 2026 e 2027, fechamento de unidades deficitárias, venda de imóveis considerados ociosos, com expectativa de arrecadação em torno de R$ 1,5 bilhão, renegociação de contratos, ajustes na jornada de trabalho, mudanças nos planos de saúde, retorno ao trabalho presencial e a criação de um marketplace próprio. O agravamento da situação financeira reacendeu discussões sobre a privatização da estatal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) , no entanto, afastou publicamente essa possibilidade e atribuiu a crise a problemas de gestão. “Enquanto eu for presidente não vai ter privatização", disse em coletiva no dia 18 de dezembro. "Pode ter construção junto com empresas. Enquanto eu estiver na presidência não vai ter privatização dessas empresas, pode ter parceria, economia mista, mas privatização não vai ter." O presidente também destacou a relevância dos Correios para o país e indicou mudanças internas como parte da resposta à crise. “Uma empresa pública não pode ser a rainha do prejuízo", ressaltou. "Trocamos o presidente dos Correios [Fabiano Silva dos Santos], chamamos a ministra Esther [Dweck, da Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos] e Rui [Costa, da Casa Civil], colocamos alguém com muita expertise e responsabilidade e vamos tomar medidas que tivermos que tomar, mudar todos os cargos que tivermos que mudar e colocar pessoa com competência." O post Correios obtêm empréstimo de R$ 12 bilhões para cobrir déficit elevado apareceu primeiro em Revista Oeste .