Neste sábado, 27, representantes de bancos e fintechs divulgaram um comunicado em defesa do Banco Central, em meio à liquidação do Master. A manifestação ocorreu depois da decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), de marcar para a próxima semana uma acareação entre o dono do Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do BRB Paulo Henrique Costa e o diretor de Fiscalização do BC, Ailton de Aquino. + No mesmo dia, Moraes ligou 6 vezes para Galípolo sobre a venda do Banco Master A determinação surpreendeu integrantes do sistema financeiro, que consideraram incomum a convocação de um diretor do Banco Central nesse estágio do processo. Diante da decisão, a autarquia solicitou esclarecimentos formais ao STF sobre o papel de Aquino na audiência. Paralelamente, o ministro Jhonatan de Jesus, do Tribunal de Contas da União, requisitou informações ao BC sobre os fundamentos técnicos que embasaram a liquidação do Banco Master. https://www.youtube.com/watch?v=qNKoNq3g3oU Defesa da autonomia técnica No comunicado, as entidades ressaltaram que a estabilidade do sistema financeiro depende da autonomia técnica do regulador. Segundo a nota, o Banco Central vem cumprindo esse papel de forma adequada. “As entidades signatárias reconhecem que o Banco Central do Brasil vem exercendo esse papel, que inclui uma supervisão bancária atenta e independente, de forma exclusivamente técnica, prudente e vigilante”, afirmaram. + BC decide não divulgar nota sobre diálogo envolvendo Galípolo e Moraes Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central | Foto: Raphael Ribeiro/BC Assinam o documento a Febraban, a Acrefi, a ABBC e a Zetta, que representam desde bancos tradicionais até empresas de tecnologia financeira. As entidades alertaram para o risco de interferência judicial em decisões técnicas do regulador, o que poderia gerar instabilidade regulatória e insegurança jurídica. O comunicado afirmou que a simples hipótese de revisão ou reversão de decisões do Banco Central, especialmente aquelas voltadas à preservação da estabilidade financeira, “coloca o sistema em terreno sensível”, com impactos negativos para a previsibilidade do mercado e para a confiança de investidores e depositantes. https://www.youtube.com/watch?v=TSfKlYXJdGQ Papel do Judiciário na crise do Banco Master Segundo o texto, mudanças bruscas em decisões regulatórias podem afetar diretamente pessoas físicas, que têm menor capacidade de absorver riscos decorrentes de incertezas institucionais. As entidades destacaram ainda que eventuais revisões podem comprometer a previsibilidade das regras e o funcionamento do mercado financeiro. Ao mesmo tempo, o comunicado reconheceu que o Judiciário tem competência para avaliar a legalidade das ações do Banco Central. No entanto, defende que esse controle seja exercido sem comprometer a autoridade técnica do regulador. “É fundamental preservar a autoridade técnica das decisões do Banco Central, para evitar um cenário gravoso de instabilidade”, disse a nota. + Magno Malta pede suspensão do recesso para apurar denúncias envolvendo Moraes e Banco Master O post Setor financeiro sai em defesa do Banco Central diante do caso Master apareceu primeiro em Revista Oeste .