O grupo terrorista Hamas entrou em disputa aberta. O objetivo é substituir de forma permanente Ismail Haniyeh, morto em julho de 2024, e Yahya Sinwar, morto em outubro de 2024. Duas correntes disputam o poder: Khalil al-Hayya defende a continuidade da guerra e do confronto armado contra Israel. + Leia mais notícias de Mundo em Oeste Já Khaled Mashal tenta uma inflexão política, com negociações, distanciamento do Irã e aproximação de países árabes moderados. A escolha do novo líder deve ocorrer nas próximas semanas e expõe um racha interno sobre o futuro da organização. View this post on Instagram A post shared by Israel Defense Forces (@idf) O jornal saudita Asharq , em artigo, detalha como Hamas iniciou os preparativos para eleger o novo chefe de seu bureau político, cargo que concentra o poder máximo da organização. O objetivo é encerrar o conselho de liderança provisório criado depois de as mortes de Haniyeh e Sinwar, dois dos responsáveis pelo ataque terrorista de 7 de outubro. A votação será organizada pelo Conselho Geral da Shura, formado por cerca de 50 integrantes que representam a Faixa de Gaza , a Cisjordânia, dirigentes no exterior e membros presos. A expectativa é que a escolha ocorra em poucos dias ou semanas, sem a realização de eleições gerais amplas, adiadas por causa da guerra. Al-Hayya, principal negociador do Hamas e chefe do bureau político em Gaza, é identificado com a ala mais radical. De acordo com o Asharq , sua linha sustenta o confronto armado com Israel na Faixa de Gaza até o fim da guerra e a retirada completa das forças israelenses do território. Ele aparece como favorito, com apoio relevante de lideranças do grupo na Cisjordânia. Mashal, ex-chefe do bureau político e figura histórica do Hamas, representa uma corrente mais pragmática. Ele vive em Doha, no Catar, onde está baseado há mais de uma década, depois de deixar a Síria em 2012 com o início da guerra civil e o rompimento do Hamas com o regime de Bashar al-Assad. Hamas e a sede em Doha Doha se consolidou como o principal centro da liderança externa do Hamas no exterior, concentrando articulações políticas, contatos regionais e negociações indiretas, inclusive sobre cessar-fogo e troca de reféns. Mashal defende maior engajamento diplomático, redução da dependência do eixo iraniano e fortalecimento de laços com países árabes classificados como moderados. Leia mais: "Hamas apresenta sua versão do 7 de outubro: 'Libertação'" Tanto Mashal quanto al-Hayya estiveram entre os alvos de uma tentativa frustrada de assassinato atribuída a Israel, em Doha, no início de setembro. O episódio reforçou o peso do Catar como base operacional da cúpula externa do grupo. A decisão de dissolver o conselho interino ocorre em meio a divergências internas sobre o controle de Gaza e as alianças regionais do Hamas. Fontes ligadas à organização, relata a mídia israelense, indicam que o cessar-fogo parcial reduziu o estado permanente de emergência e tornou visíveis disputas que vinham sendo contidas pelo conflito. Mesmo com a eleição de um novo líder, dirigentes do Hamas avaliam que mudanças estratégicas profundas serão limitadas enquanto a guerra não for encerrada. O grupo venceu as eleições legislativas palestinas em 2006 e consolidou o controle de Gaza em 2007, depois de, em um golpe, expulsar a Autoridade Palestina, mantendo desde então um regime marcado por repressão interna e terror. O post Hamas e a disputa pelo poder no grupo terrorista apareceu primeiro em Revista Oeste .