Atleta e cadeirante há dez anos, Rita de Cássia Ferreira Alvarenga, de 51, tomou uma medida drástica, neste sábado, após não conseguir embarcar em um ônibus da linha 409, que ignorou um sinal e não parou em um ponto, no Centro do Rio. Rita aproveitou que o trânsito estava engarrafado, colocou sua cadeira de rodas no asfalto, e ultrapassou o veículo, se posicionando, numa espécie de protesto, à frente do coletivo. Segundo a atleta, o motorista alegou não ter parado porque o equipamento para embarque de pessoas portadoras de necessidade especiais estava com defeito. Na Zona Sul: ultraleve que fazia propaganda cai no mar em Copacabana Na Zona Sul: banhistas registram em mergulhos e com drones cardumes que invadiram orla do Rio; veja vídeos Após alguns momentos, ele desceu do veículo e tentou ligar o equipamento, que mais uma vez não funcionou. A cena aconteceu na Rua do Riachuelo e chamou a atenção de quem passava pelo local. Para a atleta, que disputa modalidades como arco e flecha, corrida com cadeira de rodas, e tênis com cadeiras de rodas, restou pegar outro ônibus, este da linha 410, que veio pouco depois. Ela disse que chegou a ser xingada por algumas pessoas que estavam dentro do primeiro ônibus. Rita de Cássia durante uma prova de corrida com cadeira de rodas Reprodução — Desta vez, perdi uma meia hora. Isso acontece sempre. Não é a primeira vez que um ônibus passa direto quando nota que estou numa cadeira de rodas. Já entrei com ações na Justiça por duas vezes. Acho que falta responsabilidade social. É um desrespeito fazer as pessoas passarem por um constragimento assim. Muito gente que estava no coletivo chegou a me xingar. Estamos quase em 2026 e isso ainda volta a acontecer. O transporte precisa melhorar. É um descaso muito grande com quem é cadeirante— disse. Acidente: motociclista de 22 anos morre após colisão entre duas motos no Túnel Rebouças O episódio ocorreu quando a atleta estava a caminho do Jardim Botânico, na Zona Sul, onde iria retirar um kit que garante participação numa corrida programada para acontecer no próximo dia 31. Na ocasião, os competidores que disputam a mesma categoria que Rita vão percorrer uma distância de 7,5 quilômetros. A competição tem previsão de acontecer no Aterro do Flamengo. Cinturão de segurança: Copacabana terá 17 pontos de revista; confira o que não pode entrar na praia no réveillon Após o caso, Rita de Cássia conseguiu pegar outro ônibus e retirou o kit para participar da competição do próximo dia 31. Procurado, o sindicato Rio Ônibus informou que o veículo com problema de manutenção será identificado e recolhido para reparo. Segundo o sindicato, o motorista será orientado sobre o ocorrido.