Agência Anticorrupção da Ucrânia acusa deputados de aceitarem subornos em troca de votos e tenta invadir gabinetes

A Agência Nacional Anticorrupção (NABU) da Ucrânia acusou neste sábado vários deputados de aceitarem subornos em troca de votos em projetos e tentou entrar em gabinetes do Parlamento em Kiev, um novo escândalo que abala o país invadido pela Rússia. O anúncio da operação aconteceu após a viagem do presidente Volodymyr Zelensky para os Estados Unidos, onde se reunirá com Donald Trump no domingo. Leia mais: Zelensky apresenta plano de paz com zonas desmilitarizadas e garantias de segurança para a Ucrânia Guerra: Ucrânia anuncia retirada de Siversk em meio a avanço russo e ataques em larga escala contra infraestrutura do país Primeira bênção de Natal: Papa Leão XIV condena 'feridas abertas' das guerras e exorta Rússia e Ucrânia ao diálogo A NABU informou no Telegram que "descobriu um grupo criminoso organizado formado por deputados, que recebiam sistematicamente benefícios ilegais para votar no Parlamento". Os investigadores tentaram entrar nos gabinetes dos comitês parlamentares em Kiev, mas as forças de segurança impediram a operação de busca, informou a NABU. "Obstruir as ações de investigação constitui uma violação direta da lei", advertiu a agência. Initial plugin text A NABU não informou se foram efetuadas detenções relacionadas ao caso, que representa um novo escândalo de corrupção no Estado ucraniano. Zelensky viajou para a Flórida, onde se reunirá com seu homólogo americano no âmbito das negociações sobre o plano para tentar encerrar a guerra com a Rússia. A presidência ucraniana foi desestabilizada por um grande escândalo de corrupção sobre o desvio de quase 100 milhões de dólares no setor energético, que envolveu um amigo íntimo de Zelensky, atualmente foragido no exterior. O caso provocou a renúncia de dois ministros e do até então poderoso chefe de gabinete da presidência, Andri Yermak, que era um negociador privilegiado com Washington. A corrupção é um problema endêmico na Ucrânia há muitos anos. Desde o início da invasão russa em 2022, vários casos foram revelados, inclusive no exército e no setor da defesa. Apesar da agência anticorrupção, NABU, e de uma procuradoria especializada, a SAP, os casos revelados raramente resultam em condenações judiciais.