Meus votos para 2026: Que tenhamos força para resistir à guerra de nervos

Não acredito que já chegou a hora de escrever outra coluna de fim de ano. E agora? Que votos ofertar para 2026? Sendo ano eleitoral, a tentação é grande de usar a palavra voto para falar de política, não fosse um assunto chato. Mas talvez eu deva sublimar a chatice e iniciar a crônica desejando justamente que deixemos de considerar política um assunto chato, ainda que de fato seja. É chato, mas necessário. Prosseguindo nessa toada, meus votos seriam por um Brasil que parasse de tratar os direitos humanos como negociáveis ou polêmicos — como assim? São a base de qualquer sociedade democrática, mas melhor parar por aqui e desejar o que todo mundo deseja nessas datas, saúde, amor, fraternidade, essas coisas que não geram ódio nem cancelamento, ao contrário de eleições. Quem dera enviar meus votos por mais responsabilidade, que a gente pense não apenas em quem vai assumir o cargo máximo do Executivo, mas em como renovaremos esse Congresso onde tantos deputados e senadores servem exclusivamente a interesses próprios, mas ficaria uma crônica baixo-astral, e longe de mim deprimir você, então é mesmo mais prudente eu parar por aqui e dar adeus à oportunidade de desejar que a gente varra de lá quem nos envergonha. Eu sei, eu sei, política é um troço complexo, cheio de nuanças, alianças, e gastar uma página inteira com idealismo é chover no molhado. Aliás, falando em chuva, faço votos que 2026 seja um ano menos assombrado pelos alertas da Defesa Civil sobre tempestades e furacões a caminho. Aproveitando o ensejo, é bom conferir o que nossos candidatos pensam a respeito do corte indiscriminado de árvores. Aproveitando mais uma vez o ensejo, seria interessante pesquisar o que eles pensam sobre diversas outras questões, em vez de votar em quem postou o meme mais engraçadinho. Calma, ainda dá tempo de usar essa bendita página para desejar saúde, amor, fraternidade, aquela coisa toda que eu desejo de verdade para você e sua família, então deixo aqui meus votos de que todos nós tenhamos muita força em 2026 para resistir à guerra de nervos, aos desaforos nas redes, à tensão dos debates. Que a gente dê uma relida nos livros de História e escute quem entende das coisas, nada de nos deixar levar por extravagâncias e repetir feito papagaios o que os outros dizem. Não adianta satanizar um candidato e sanitizar o outro. Em meio a tanto jogo de palavras e discursos repetitivos, usemos a intuição, o feeling para escolher. Tem sempre um que é melhorzinho, menos burro, menos limitado, enfim, parei por aqui, parei mesmo, então é isso, paz, amor, saúde, fraternidade e lucidez, muita lucidez em 2026, são os meus mais sinceros votos.