Morre Brigitte Bardot: A atriz virou Búzios do avesso e abandonou o cinema no auge

Com a morte de Brigitte Bardot, aos 91 anos, neste domingo, o cinema mundial se despede de um de seus rostos mais emblemáticos. Símbolo de liberdade, sensualidade e ruptura de costumes nos anos 1950 e 1960, a atriz francesa construiu uma carreira meteórica — e interrompida precocemente — antes de dedicar a vida à defesa dos direitos dos animais. A seguir, curiosidades que ajudam a entender sua trajetória singular. Estrela precoce e símbolo de uma era Bardot se tornou um fenômeno global após …E Deus Criou a Mulher, filme que redefiniu a imagem feminina no cinema. Vieram outros sucessos como Babette vai à guerra (1959), A Verdade (1960) e O Desprezo (1963). Ao todo, participou de cerca de 50 produções, tornando-se um dos maiores símbolos sexuais da história do cinema. Antes das telas, começou como modelo ainda adolescente e estampou a capa da revista Elle aos 15 anos — momento em que foi descoberta pelo cineasta Roger Vadim, que se tornaria seu primeiro marido. Búzios e a ligação com o Brasil Em 1964, acompanhada do então namorado Bob Zagury, Bardot buscou refúgio em Armação dos Búzios, então uma vila de pescadores. A passagem discreta transformou-se em fenômeno internacional e ajudou a projetar o balneário fluminense no mapa do turismo mundial. Hoje, a cidade abriga a Orla Bardot, com uma estátua em sua homenagem — um dos cartões-postais de Búzios e símbolo da ligação duradoura da atriz com o Brasil. Aposentadoria aos 39 e a guinada para o ativismo Em 1973, aos 39 anos, Bardot anunciou o fim da carreira, alegando cansaço do cinema e do assédio da fama. A decisão chocou o público, mas marcou o início de uma nova fase: o ativismo em defesa dos animais. Criou a Fundação Brigitte Bardot em 1986 e liderou campanhas contra a caça às focas, testes laboratoriais, o uso de peles, a caça às baleias e o consumo de carne de cavalo. Mesmo décadas após deixar as telas, manteve forte influência no debate público europeu sobre bem-estar animal. Vida pessoal intensa e relacionamentos famosos Bardot teve uma vida amorosa amplamente acompanhada pela imprensa. Foi casada quatro vezes, incluindo uniões com Jacques Charrier — pai de seu único filho — e com o bilionário alemão Gunter Sachs. Também se envolveu com nomes como Serge Gainsbourg e Warren Beatty. Defensora da independência da Argélia nos anos 1960, Bardot adotou posições conservadoras nas décadas seguintes. Tornou-se uma voz crítica da imigração na França e apoiadora de Marine Le Pen, o que lhe rendeu processos judiciais e afastamento de parte do público que a idolatrava.