A expectativa para 2026 é de que o ambiente para empresas brasileiras permaneça desafiador, com uma combinação de juros elevados, crédito restrito e instabilidade política agravando as dificuldades financeiras. Mesmo com previsões de redução da taxa Selic, especialistas sugerem que o alívio será insuficiente para evitar um possível novo recorde de pedidos de recuperação judicial e falências no país. + Leia mais notícias de Economia em Oeste O boletim Focus do Banco Central projeta a Selic em 12,25% ao final do próximo ano, mas o cenário financeiro continua restritivo. Alessandra Ribeiro, diretora de macroeconomia da Tendências Consultoria, afirmou, ao jornal Gazeta do Povo , que "teremos novos recordes de inadimplência corporativa; recuperações judiciais e falências devido à taxa de juros restritiva". Fatores que levam a recuperação judicial e falência Além do alto custo do dinheiro, a oferta de crédito deve permanecer limitada | Foto: Reprodução/Pixabay O impacto dos juros elevados se faz sentir no caixa das empresas, de modo a dificultar a reestruturação de dívidas e agravar a situação de quem já recorreu à recuperação judicial. A perspectiva de redução significativa da Selic só deve ser considerada para depois de 2028, o que acelera a busca por proteção judicial antes de mudanças reais na política monetária. Na análise de Patrícia Krause, economista da Coface para a América Latina, também ao jornal Gazeta do Povo , a elevação das taxas prejudica tanto empresas quanto consumidores e limita investimentos e capacidade de pagamento. https://www.youtube.com/watch?v=qNKoNq3g3oU Além do alto custo do dinheiro, a oferta de crédito permanece limitada. O setor bancário, ainda cauteloso depois do caso Americanas, adota postura restritiva, agravada pela proximidade das eleições presidenciais. O prazo médio de concessão de crédito com recursos livres chegou a 25,2 dias em outubro, o mais alto desde 2020, segundo o Banco Central. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) observa que a desaceleração nas concessões só não é maior por causa das linhas de crédito sustentadas por programas do governo. Contudo, a exigência de garantias se tornou um obstáculo para empresas que já enfrentam dificuldades, tornando quase impossível a renegociação de dívidas sem ativos suficientes. Leia também: "Anatomia de uma fraude" , reportagem de Carlo Cauti publicada na Edição 301 da Revista Oeste Empresas que sobreviveram à pandemia e às crises recentes chegam a 2026 sem reservas para oferecer como garantia. Uma pesquisa da Coface mostra que 77% das empresas na América Latina lidam com atrasos de pagamentos, com prazo médio de 42 dias, o que é fatal para negócios com pouco caixa. O post 2026 deve ser ano de recorde em recuperação judicial e falência apareceu primeiro em Revista Oeste .