Um dos rostos mais emblemáticos da história do cinema, atriz, cantora e ícone cultural, Brigitte Bardot redefiniu a imagem da mulher na tela a partir dos anos 1950, tornando-se símbolo de liberdade, sensualidade e ruptura de padrões. A artista, que morreu neste sábado (28), ultrapassou o cinema francês e ajudou a projetar uma nova ideia de estrela internacional, ao mesmo tempo popular e transgressora. Com uma filmografia relativamente curta — Bardot abandonou o cinema ainda jovem, no início dos anos 1970 —, seu impacto foi desproporcional ao número de filmes que realizou. Trabalhou com grandes diretores, marcou época com personagens intensos e deixou atuações que seguem influentes até hoje. Abaixo, um panorama de seus principais filmes. “E Deus Criou a Mulher” (1956), de Roger Vadim O filme que a transformou em mito. Bardot vive Juliette, jovem sensual e indomável que escandalizou a moral da época. A obra redefiniu o erotismo no cinema europeu e projetou a atriz internacionalmente. “Os Amantes” (1958), de Louis Malle Em um drama mais contido e sofisticado, Bardot interpreta uma mulher presa a um casamento infeliz que descobre o desejo e a liberdade. O filme ajudou a consolidá-la como atriz, para além do rótulo de sex symbol. “A Verdade” (1960), de Henri-Georges Clouzot Uma de suas atuações mais elogiadas. Bardot vive uma jovem julgada por assassinato, em um drama psicológico intenso que revelou sua capacidade dramática e lhe rendeu reconhecimento crítico. “O Desprezo” (1963), de Jean-Luc Godard Clássico absoluto da Nouvelle Vague. Bardot interpreta Camille, mulher que se distancia emocionalmente do marido. O filme é célebre tanto por sua reflexão sobre o cinema quanto pela atuação melancólica e contida da atriz. “Viva Maria!” (1965), de Louis Malle Ao lado de Jeanne Moreau, Bardot protagoniza uma aventura irreverente ambientada em meio a uma revolução latino-americana fictícia. O filme mistura humor, ação e crítica política, mostrando seu talento para a comédia. “As Petrolinas” (1971), de Christian-Jaque Uma de suas últimas aparições no cinema, em tom de sátira e aventura. Pouco depois, Bardot se afastaria definitivamente das telas para se dedicar à militância pelos direitos dos animais.