Fundo de investimento formado por Petrobras, BNDES e Finep abre novos caminhos para a transição energética

A estratégia de transição energética da Petrobras alia a busca por fontes renováveis à oferta de energia acessível para todos. Nesse sentido, a companhia uniu-se ao BNDES e à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) em um novo instrumento de investimento que abrirá oportunidade para pequenas empresas desenvolvedoras de soluções tecnológicas sustentáveis e inclusivas. O Fundo de Investimentos em Participações (FIP) nos setores de transição energética e descarbonização tem capital de até R$ 500 milhões, que serão destinados a cerca de 15 startups e micro, pequenas e médias empresas de inovação que oferecem caminhos para uma matriz energética mais limpa e segura, baseada em fontes renováveis, contribuindo para a redução da emissão de carbono na atmosfera e para a mitigação dos efeitos climáticos. O fundo também tem um papel social relevante: fomentar o empreendedorismo, a geração de empregos qualificados e o desenvolvimento tecnológico no país. Rodrigo Leão, gerente executivo de Energias Renováveis da Petrobras Selmy Yassuda As startups escolhidas terão o fundo como sócio minoritário, em um tipo de investimento chamado “equity”. Para seguirem adiante na seleção, as candidatas terão que se enquadrar em alguns requisitos essenciais, como apresentar produto mínimo viável (MVP) validado e receitas recorrentes, com operações no Brasil. Também é necessário que tenham foco nos seguintes critérios: geração de energia renovável; armazenamento de energia e eletromobilidade; combustíveis sustentáveis; captura, utilização e armazenamento de carbono; soluções baseadas na natureza; e descarbonização do setor de óleo e gás. Poderão participar da seleção startups que estejam em diferentes estágios de captação de aportes, desde as rodadas chamadas “seed” (semente, em inglês, que se refere em geral à primeira captação) até as “séries B”, mais avançadas. Um gestor profissional apontado por Petrobras, BNDES e Finep será responsável pela análise e seleção das startups que farão parte do portfólio do fundo. O papel das startups A opção por esse tipo de investimento reforça a atuação da Petrobras na modalidade venture capital, como são chamados os fundos de grandes companhias que investem em startups, impulsionando iniciativas inovadoras voltadas para transição energética justa e sustentável. As candidatas submeterão suas propostas às empresas que integram o fundo de venture capital, e as startups selecionadas avançarão para as próximas etapas, já no primeiro semestre de 2026, quando será feito um comunicado ao mercado. A Petrobras já tem o Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), que atua há muitos anos em vários segmentos, inclusive transição energética, mas a gente acha importante suportar e financiar outros players. Esse mecanismo permite que a gente tenha mais um leque de opções de como atuar na transição energética. A Petrobras no momento tomou a decisão de fazer os investimentos como um player minoritário, por meio de investimento em empresas com potencial de inovação. — Então esse instrumento pode auxiliar a gente a mapear novas empresas, entender como funciona — afirma Rodrigo Leão, gerente executivo de Energias Renováveis da Petrobras. O executivo destaca o caráter inovador do fundo, ao voltar atenção para empresas que em geral estão distantes das grandes corporações: — O conceito de transição energética justa é muito amplo e tem várias interpretações. A Petrobras tem trabalhado com conceito de equilíbrio de diferentes esferas. A transição tem que ter equilíbrio econômico, social, ambiental. A tendência é sempre olhar os maiores, os que estão mais maduros no segmento de transição energética. Esse é um caso que vai fugir disso. Nós vamos ter um espaço para olhar empresas que pouca gente conhece, que podem estar com investimentos interessantes que ninguém está vendo. Ajuda a gente a mapear e a olhar diferentes empresas com perfil de menor porte e alto grau de inovação. Também dialoga com a transição justa porque a gente vai conseguir olhar uma gama muito diferente de segmentos e vai ajudar a gente a mapear em quais segmentos de fato faz sentido a Petrobras atuar. Recorde de propostas O Fundo Petrobras BNDES-Finep em corporate venture capital (CVC) está na fase de conclusão da escolha do gestor profissional. A chamada pública para escolha do gestor bateu o recorde de 32 propostas, e a primeira colocada foi a Valetec Capital. A etapa atual é chamada “due diligence”, em que se verifica se a vencedora cumpre todos os requisitos necessários. — Na sequência vamos começar o trabalho de buscar as empresas que poderão ser as futuras investidas. Essas empresas que vão estar no portfólio de seleção do CVC terão uma condição já diferente. Para os players que vão pleitear esse fundo, é uma oportunidade muito interessante, de ver a Petrobras não só como um parceiro financeiro, mas como um parceiro tecnológico e quem sabe futuramente empresarial, dependendo de como as coisas vão evoluir — destaca Rodrigo Leão. Uma das missões das três partes (Petrobras, BNDES e Finep) é exatamente buscar novos cotistas. Não se encerra só nesses três investidores. Vamos construir um processo para buscar outros parceiros para entrar nesse fundo. A Petrobras tem um percentual importante, mas sem dúvida o BNDES, que já tem um perfil de investimento e atua há muito tempo, e a Finep, que financia projetos de inovação, vão ser muito importantes para a gente ter sucesso nesse fundo. Saiba mais sobre a transição energética justa, liderada pela Petrobras