Israel entrou oficialmente na era da defesa aérea baseada em laser. Incorporou o sistema Iron Beam às Forças de Defesa de Israel (FDI), neste domingo, 28. A nova tecnologia representa uma mudança estrutural na arquitetura de proteção do espaço aéreo do país, ao adicionar uma camada inédita ao conjunto que já inclui o Domo de Ferro, o David’s Sling e o Arrow. + Leia mais notícias de Tecnologia em Oeste O primeiro sistema Iron Beam foi entregue à Força Aérea Israelense em cerimônia realizada na sede da Rafael Advanced Defense Systems, no norte do país, com a presença de autoridades do Ministério da Defesa, das FDI e da indústria de defesa. A entrega marcou a transição definitiva do projeto da fase de desenvolvimento para a produção seriada e o uso em campo. Ver essa foto no Instagram Um post compartilhado por Rafael Advanced Defense Systems (@rafaeldefense) O sistema passou por vários testes ao longo dos últimos anos. A Rafael e o Ministério da Defesa confirmaram que versões experimentais do Iron Beam já interceptaram drones , foguetes e outros alvos em ensaios ou condições quase reais, inclusive em zonas de conflito. Mas o uso operacional oficial como parte do sistema de defesa nacional ocorreu agora. Desenvolvido sob a liderança da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Defesa, o programa teve a Rafael como contratante principal, com participação de empresas como Elbit Systems, SCD e Shafir Systems. Depois de anos de trabalho conjunto, o sistema atingiu maturidade operacional, comprovando sua eficácia em testes extensivos contra foguetes, morteiros, mísseis e veículos aéreos não tripulados. Com potência elevada, alcance ampliado e altíssimo grau de precisão, o Iron Beam utiliza um laser de alta energia associado a um sofisticado sistema eletro-óptico de aquisição e rastreamento de alvos. Segundo a Rafael, o custo marginal por interceptação é praticamente desprezível, o que altera de forma profunda a equação econômica da defesa aérea, especialmente em cenários de guerra prolongada e ataques massivos. Iron Beam pela redução de custos Durante conflitos recentes, o custo elevado dos interceptadores convencionais tornou-se um desafio central. Enquanto mísseis do sistema Arrow podem custar milhões de shekels por disparo e os do Domo de Ferro chegam a dezenas de milhares, o disparo do Iron Beam equivale, na prática, ao consumo de energia elétrica de um equipamento comum. Autoridades de defesa avaliam que o sistema também amplia a capacidade de resposta contra enxames de ameaças simultâneas, não se limitando a engajar alvos de forma isolada. Além disso, por operar à velocidade da luz, o laser pode neutralizar projéteis logo depois do lançamento, muitas vezes ainda sobre território inimigo, o que reduz drasticamente a necessidade de alertas sonoros e o deslocamento da população para abrigos. Israel dispõe de três variantes complementares de sistemas a laser. O Lite Beam é o modelo mais compacto, voltado para defesa de curto alcance e integração a veículos terrestres, com potência de 10 quilowatts. O Iron Beam M opera com feixe de 50 quilowatts, montado sobre caminhões pesados, com capacidade de mobilidade e até disparo em movimento. Já o Iron Beam em sua versão completa utiliza um feixe de 100 quilowatts, é projetado para posições fixas por períodos prolongados e pode ser realocado com planejamento prévio, de forma semelhante às baterias do Domo de Ferro. Leia mais: "Jerusatech: cidade sagrada de Israel é também centro de tecnologia" Em outubro de 2024, como dito, sistemas laser israelenses já haviam sido empregados com sucesso na interceptação de cerca de 40 drones do Hezbollah, segundo dados divulgados posteriormente pelo Ministério da Defesa. Em setembro, o órgão confirmou que o Iron Beam havia atingido status operacional e que baterias adicionais seriam distribuídas gradualmente pelo país. Em dezembro, o chefe da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento, general Daniel Gold, anunciou que a implantação completa avançaria até o fim do mês. O Ministério da Defesa avalia que, apesar de outros países, como Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, China, Alemanha e Japão, estarem desenvolvendo sistemas semelhantes, o Iron Beam é atualmente o único que ultrapassou a fase de testes experimentais e entrou em operação real em campo. Para autoridades israelenses, a tecnologia garante ao país a manutenção da superioridade tecnológica e abre caminho para versões ainda mais avançadas do sistema no futuro. O post Israel inicia era de defesa aérea a laser apareceu primeiro em Revista Oeste .