Morre Louis Gerstner, o executivo que salvou a IBM do colapso

Louis V. Gerstner Jr., o executivo que conduziu a maior virada corporativa da história da IBM, morreu aos 83 anos. A informação foi confirmada pela companhia neste domingo, 28. A causa da morte não foi divulgada. Quando Gerstner assumiu o comando da IBM, no começo da década de 1990, a empresa atravessava uma de suas piores crises. O império que havia dominado o mercado de computadores por décadas acumulava prejuízos bilionários, perdia espaço para concorrentes mais ágeis e discutia internamente a possibilidade de ser desmembrado em várias unidades menores. Gerstner, que nunca havia trabalhado no setor de tecnologia, foi uma escolha ousada do conselho. Vinha de uma trajetória sólida no mundo corporativo, com passagens pela McKinsey, American Express e RJR Nabisco. A virada histórica Ao contrário do que muitos esperavam, Gerstner rejeitou a ideia de dividir a companhia. Em vez disso, apostou em uma transformação profunda do modelo de negócios. Ele reduziu drasticamente custos, vendeu ativos considerados supérfluos, demitiu dezenas de milhares de funcionários e desmontou a cultura interna que priorizava estabilidade em detrimento de resultados. + Leia mais notícias do Mundo em Oeste Mais do que cortes, promoveu uma mudança estratégica: afastou a IBM da dependência do hardware e reposicionou a empresa como fornecedora de soluções corporativas, serviços de tecnologia e software . Entre as medidas mais emblemáticas, esteve o abandono do sistema operacional OS/2 e a aposta em softwares de integração, bancos de dados e serviços corporativos, área que mais tarde se tornaria o coração financeiro da empresa. O projeto Gestner A transformação liderada por Gerstner produziu números expressivos. Durante sua gestão, a receita da área de serviços cresceu de forma acelerada, o valor de mercado da IBM se multiplicou e as ações da companhia tiveram uma valorização histórica. Ao fim de seu mandato, a empresa havia deixado de ser vista como um gigante envelhecido da era dos mainframes (computadores de grande porte, projetados para processar volumes enormes de dados com altíssima confiabilidade, segurança e estabilidade) para se tornar um dos principais nomes da tecnologia corporativa global. Conhecido por seu estilo pragmático, Gerstner defendia a meritocracia e a responsabilidade direta. Uma de suas frases mais citadas sintetiza sua visão de gestão: “As pessoas fazem o que você inspeciona, não o que você espera”. + IBM dá ultimato a gerentes: mudem-se para perto de um escritório ou deixem a empresa Ele substituiu avaliações anuais por acompanhamento contínuo, vinculou remuneração ao desempenho coletivo e quebrou a cultura de feudos internos que marcava a IBM havia décadas. Nascido em 1941, em Nova York, Gerstner formou-se em engenharia pelo Dartmouth College e obteve um MBA pela Universidade Harvard . Começou a carreira na McKinsey, onde se tornou sócio, e depois ocupou cargos de liderança na American Express e na RJR Nabisco. Depois de deixar a IBM, presidiu o fundo de investimentos Carlyle Group, conduzindo sua expansão internacional. Também se dedicou a projetos filantrópicos nas áreas de saúde, educação e pesquisa científica. Era casado com Robin Gerstner e teve dois filhos. Um deles morreu em 2013, depois de um acidente. https://www.youtube.com/watch?v=h0i5iuNWa5o O post Morre Louis Gerstner, o executivo que salvou a IBM do colapso apareceu primeiro em Revista Oeste .