Acareação no caso Banco Master causa ‘indignação’ entre auditores do BC

A decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar uma acareação no âmbito do caso Banco Master provocou forte reação interna no Banco Central. + Vorcaro recebeu Moraes e políticos para jantar em mansão, diz jornal A audiência, marcada para a próxima terça-feira, 30, durante o recesso do Judiciário, envolve Ailton de Aquino, diretor de Fiscalização do Banco Central; Daniel Vorcaro, dono do Banco Master; e Paulo Henrique Costa, ex-presidente do Banco de Brasília (BRB). A decisão do ministro Dias Toffoli tem sido amplamente criticada | Foto: Rosinei Coutinho/STF A Associação Nacional dos Auditores do Banco Central do Brasil (ANBCB) afirmou ter dificuldade em compreender a lógica do procedimento e questionou os critérios adotados pelo STF para a escolha do representante da autarquia. Para os auditores, a acareação expõe indevidamente um diretor que não atuou de forma isolada nas decisões que levaram à liquidação do banco. Acareação sobre o Banco Master O presidente da ANBCB, Thiago Rodrigues Cavalcanti, criticou publicamente a convocação de Aquino. Segundo ele, a decisão ignora a estrutura colegiada do Banco Central. “Qual é a lógica de uma acareação entre Vorcaro, Paulo Costa e o diretor Ailton?”, interpelou Cavalcanti. “Por que o Ailton? Ele não decidiu sozinho pela liquidação do Master. Existe um corpo técnico envolvido em todo o processo.” https://www.youtube.com/watch?v=1KD_EkiiLgs + Caso Banco Master: Toffoli mantém sigilo em inquérito que apura atuação do BC Cavalcanti também indagou por que outras autoridades não foram chamadas: “Por que não o presidente do BC? Por que não o diretor responsável pela organização do sistema financeiro? Escolher um único diretor dá a impressão de que ele responde por tudo, o que não corresponde à realidade”. Diante do cenário, a ANBCB voltou a defender a proposta de emenda constitucional que garante autonomia orçamentária ao Banco Central, como forma de blindar decisões técnicas de pressões externas. + Setor financeiro sai em defesa do Banco Central diante do caso Master Entidades representativas dos servidores afirmaram que preservar a independência da autoridade monetária é essencial para manter a confiança no sistema financeiro e a previsibilidade das decisões regulatórias. https://www.youtube.com/watch?v=TSfKlYXJdGQ Resposta do Banco Central Diante da decisão, o Banco Central procurou o gabinete de Toffoli para esclarecer em que condição o diretor participaria da acareação — se como testemunha, investigado ou parte ofendida. O ministro respondeu que nem Aquino nem o BC são alvos da investigação, mas manteve o procedimento conforme determinado. Ainda assim, a associação avalia que a exposição do diretor representa uma forma de pressão institucional. “Existem diversos instrumentos para coletar informações sem submeter um servidor a esse tipo de constrangimento público”, afirmou Cavalcanti. + Magno Malta pede suspensão do recesso para apurar denúncias envolvendo Moraes e Banco Master O mal-estar foi intensificado por manifestações contraditórias no Tribunal de Contas da União (TCU). Enquanto o ministro Jhonatan de Jesus solicitou explicações ao BC e classificou a liquidação do Master como possivelmente precipitada, o presidente do tribunal, Vital do Rêgo, citou uma representação do Ministério Público questionando eventual demora da autarquia para agir. Para os auditores, avaliações opostas sobre o mesmo ato reforçam a insegurança institucional e alimentam narrativas contraditórias sobre a atuação do regulador. Leia também: "Lama na toga" , reportagem de Cristyan Costa publicada na Edição 302 da Revista Oeste https://www.youtube.com/watch?v=DduWms7hJWg O post Acareação no caso Banco Master causa ‘indignação’ entre auditores do BC apareceu primeiro em Revista Oeste .