2025 termina parecendo como os Jetsons viviam em 2062? Conheça as tecnologias que saíram do papel neste ano

Se Jane Jetson vivesse em 2025, talvez se sentisse num episódio antigo da própria família. O ano terminou com a sensação de que o mundo acelerou algumas décadas para tentar alcançar o imaginário de 2062 criado pelo desenho. Claro, ainda estamos longe de testemunhar carros voando sobre arranha-céus, nem uma Rosie à disposição na lavanderia. Mas, em vários laboratórios, e até mesmo em algumas casas, as fronteiras entre ficção e realidade deram um salto ousado. Retrospectiva 2025: o ano em que o roubo ao Louvre chamou mais atenção nas artes do que qualquer exposição Cultura: 'Guerreiras do k-pop' são eleitas pela revista Time como a revelação de 2025 Por falar em Rosie, um robô pensado para fazer serviços domésticos já foi inventado, ainda que esteja em fase de testes. Depois de anos de promessas, 2025 colocou no palco máquinas que andam, conversam, levantam caixas e arrumam louças quase como personagens animados. O Figure 03, da startup californiana Figure AI, virou símbolo desse avanço: um assistente doméstico capaz de organizar objetos, operar máquinas de lavar e até dobrar roupas sob supervisão remota. A revista Time chegou a colocá-lo entre as principais invenções de robótica do ano. O 03 possui mãos com sensores táteis e câmeras nas palmas, além de uma bateria aprimorada, mas ainda demonstra falhas, com previsão para serem corrigidas em 2026. "Os Jetsons", desenho de 1962 Divulgação/Warner Bros. Discovery Veja, abaixo, O GLOBO reuniu outras tecnologias dos “Jetsons” que ganharam vida em 2025: Robôs humanoides Há outros robôs parecidos com a Rosie que não foram criados para dar conta das tarefas domésticas, mas se parecem muito com seres humanos. A empresa chinesa Unitree apresentou em julho o R1, um humanoide de 26 articulações vendido por cerca de R$ 32 mil, considerado baixo no segmento. Ele anda, corre, responde por voz e se tornou a porta de entrada para quem quer experimentar esse futuro em casa. Poucos meses depois, a XPeng revelou o IRON, seu modelo de segunda geração, equipado com músculos biônicos e sensores que permitem movimentos mais delicados. A empresa já fala em produção em massa para 2026. Já a americana 1X Technologies, chegou mais perto de adentrar o mundo dos Jetsons: abriu neste ano a pré-venda do Neo, robô humanoide de 1,67m e 30kg, com foco no ambiente doméstico. Com força suficiente para levantar 68 kg, ele é capaz de aspirar, organizar prateleiras e conversar com o usuário para aprender a rotina da casa. Está previsto para fazer parte da rotina dos americanos apenas em 2026 e, para o resto do mundo, em 2027. Galerias Relacionadas Carros voadores Ainda não estamos ativos no trânsito aéreo da mesma forma que no seriado, mas uma tecnologia no mundo automobilístico ganhou força em 2025: carros que dirigem sozinhos, que podem ser divididos em sistemas de direção autônoma de Nível 3 (L3), que ainda demandam a presença do motorista, e Nível 4 (L4), que fazem tudo sozinhos em áreas designadas. No nível L3. BMW e Mercedes avançaram com suas tecnologias Personal Pilot e Drive Pilot, liberando trechos de direção sem as mãos em rodovias europeias e norte-americanas. A Volvo prometeu esses recursos no EX90, e marcas chinesas como BYD e Xpeng ampliaram o acesso ao chamado “autopilot” em modelos de várias faixas de preço. A Volkswagen também seguiu firme com o ID.Buzz autônomo para uso comercial. Carro EX90 da Volvo Divulgação O Nível 4 (L4) permanece restrito a frotas específicas, como serviços de táxi autônomo operados por empresas como a Waymo. E quanto aos carros voadores? O ano 2025 teve dois marcos importantes no assunto: em janeiro, o Boom Supersonic XB-1 realizou seu primeiro voo acima da velocidade do som no Deserto de Mojave. A empresa trabalha no Overture, seu futuro jato comercial, que deve iniciar testes em 2026 e entrar em operação por volta de 2029. Já em outubro, a NASA levou ao ar o X-59, aeronave criada em parceria com a Lockheed Martin para reduzir o estrondo sônico a um “baque” menos incômodo. O objetivo é convencer reguladores de que o voo supersônico pode, no futuro, sobrevoar cidades sem incomodar quem está no chão. Casas hiperconectadas Assim como no programa, a integração massiva da inteligência artificial transformou ambientes domésticos em pequenas centrais inteligentes. O ano foi das fechaduras com reconhecimento facial, câmeras que diferenciam um vizinho de um estranho, medidores de água que avisam vazamentos e sistemas que ajustam o uso de energia conforme a oferta solar, para deixar o cotidiano mais automatizado. Com a expansão do 5G e dos Wi-Fi 6 e 7, os equipamentos passaram a conversar entre si com mais fluidez. A Alexa com IA generativa, lançada em 2025, ganhou autonomia para sugerir ajustes de iluminação, climatização e rotina sem esperar comando explícito. Sistemas integrados, embalados pela adoção crescente do protocolo universal Matter, tornaram possível conectar lâmpadas, fechaduras, aspiradores, TVs e geladeiras de fabricantes diferentes sem dor de cabeça.