'Surubão do Arpoador': um ano após flagrante no réveillon, ponto turístico no Rio segue como palco de orgias públicas

Um ano depois de um grupo de 15 homens ser flagrado fazendo sexo coletivo na Pedra do Arpoador em plena luz do dia, o ponto turístico na Zona Sul carioca segue sendo usado como ponto de encontros sexuais. O episódio ocorrido na virada do ano ficou conhecido como "surubão do Arpoador "e ganhou repercussão após vídeos gravados no local viralizarem nas redes sociais. A orgia chegou a ser investigada pela Polícia Civil, mas o inquérito foi arquivado porque os investigadores não conseguiram identificar os participantes. Atualmente, os encontros ocorrem principalmente no início da noite. Assim que escurece, homens passam a se concentrar entre as pedras e em áreas de vegetação de difícil visualização. A movimentação cresce com o passar das horas e costuma avançar pela madrugada. Nesta época do ano, a maioria dos frequentadores é turista. Os encontros seguem um padrão recorrente. Alguns homens chegam acompanhados, enquanto outros vão sozinhos e acabam encontrando ali parceiros ocasionais. Parte do público participa ativamente das relações sexuais, enquanto outros circulam apenas para observar. As interações acontecem em trechos com pouca iluminação e acesso restrito. Ao amanhecer, o cenário costuma revelar os vestígios da madrugada, com preservativos usados espalhados pelo chão, embalagens rasgadas e recipientes associados ao consumo de drogas deixados entre as rochas. Há também registros pontuais de flagrantes durante o dia, embora em menor escala, o que reforça a dificuldade de controle permanente da área. Antes da repercussão nacional do caso, o local já era conhecido como ponto de encontros sexuais entre homens e aparece, inclusive, em guias gays disponíveis na internet. Filmagens da cena de sexo coletivo no réveillon do ano passado viralizaram nas redes sociais Reprodução de vídeo A fiscalização da Pedra do Arpoador envolve a Guarda Municipal e a Polícia Militar do Rio de Janeiro. Procuradas pelo blog, as duas instituições se manifestaram por meio de nota. A Guarda informou que a prática de sexo grupal ao ar livre em locais proibidos configura crime de ato obsceno e afirmou que atua em parceria com as polícias Militar e Civil, podendo intervir diretamente em situações de flagrante. Já a Secretaria de Estado de Polícia Militar declarou que o ordenamento do espaço público na região é atribuição da Secretaria Municipal de Ordem Pública, mas destacou que, diante de flagrantes, os envolvidos são abordados e conduzidos à Polícia Civil. A PM informou ainda que reforçou o policiamento na orla como parte da Operação Verão, com aumento do efetivo e das ações ostensivas. Para evitar a repetição de um escândalo como o registrado no ano passado, as forças de segurança planejam uma ação conjunta na próxima virada do ano. Polícia Civil, Guarda Municipal e Polícia Militar devem realizar um batidão entre a noite de 31 de dezembro e o amanhecer do dia 1º, com reforço de patrulhamento e abordagens no local para tentar envolvidos no sexo grupal ao ar livre.