Soldado espanhol dá ordens a imigrantes que nadaram até o território de Ceuta, enclave da Espanha no Marrocos, em 2021. Jon Nazca/Reuters Mais de 3 mil migrantes perderam a vida tentando chegar à Espanha em 2025, segundo um relatório publicado nesta segunda-feira (29) pela ONG "Caminando Fronteras", uma queda acentuada em comparação com 2024 devido à redução das tentativas de travessia. A maioria das 3.090 mortes registradas até 15 de dezembro ocorreu na rota atlântica da África para o arquipélago espanhol das ilhas Canárias, considerada uma das mais perigosas do mundo, segundo a organização que defende os direitos dos migrantes. O relatório da "Caminando Fronteras", compilado a partir de chamadas de socorro dos próprios migrantes, relatos de familiares e estatísticas oficiais de resgate, confirma a tendência indicada pelos dados mais recentes do governo. De acordo com o Ministério do Interior, a Espanha recebeu 35.935 migrantes irregulares entre 1º de janeiro e 15 de dezembro deste ano, uma queda de 40,4% em comparação com o mesmo período do ano passado (60.311). Quase metade dessas chegadas ocorreu pela rota atlântica até as ilhas Canárias. Apesar de um "retrocesso significativo" no número de chegadas ao arquipélago, uma "nova rota migratória, mais distante e perigosa, foi aberta", com partidas de Guiné-Conacri, observou a organização. Entre os que morreram em tragédias migratórias este ano, a "Caminando Fronteras" inclui 192 mulheres e 437 crianças. A ONG também destaca o aumento da migração irregular entre a Argélia e as ilhas turísticas de Ibiza e Formentera, no Mediterrâneo espanhol.