Está fazendo um calorão no Brasil, e é comum que a conta de luz dispare dentro de casa. Afinal, alguns eletrodomésticos precisam trabalhar dobrado para manter o conforto, especialmente quando são pouco eficientes. Uma geladeira velha, por exemplo, sofre para refrigerar os alimentos em meio ao calor extremo e acaba consumindo bem mais energia do que um modelo moderno. Do mesmo modo, ar-condicionado e freezer podem se tornar vilões da conta de luz por passarem muito tempo ligados. A boa notícia é que existem maneiras práticas de gastar menos durante ondas de calor. A seguir, o TechTudo lista eletrodomésticos que consomem muita energia e traz soluções para resolver o problema, como ajustar temperaturas e mudar a posição do aparelho. Confira! 8 dicas 'de ouro' para gastar menos luz mesmo com o ar ligado direto! Canal do TechTudo no WhatsApp: acompanhe as principais notícias, tutoriais e review onheça dez aparelhos domésticos que, em suas versões antigas, aumentam muito a conta de luz Reprodução/Freepik Qual ar-condicionado gasta pouca energia? Veja opiniões no Fórum TechTudo Calorão doendo no bolso: 10 aparelhos que aumentam muito a conta de luz Geladeira Máquina de lavar Micro-ondas Forno elétrico Secadora Purificador de água Ar condicionado Televisão Freezer Lâmpadas velhas 1. Geladeira Geladeiras, especialmente as fabricadas há mais de 10 anos, estão entre os principais vilões do consumo de energia em casa. Modelos antigos funcionam 24 horas por dia e costumam ter motores menos eficientes, isolamento térmico desgastado e vedação precária das portas — em alguns casos, consumindo até três vezes mais eletricidade que um equivalente moderno. Mas geladeiras novas também gastam energia, já que trabalham sem parar para manter a refrigeração. A diferença é que os modelos atuais, com compressor inverter, isolamento térmico superior e portas melhor vedadas, operam de forma mais estável e eficiente, podendo economizar até 40% em comparação aos antigos. Ainda assim, hábitos do dia a dia podem fazer até uma geladeira moderna forçar o compressor além do necessário e aumentar o gasto de luz. Assim, vale reorganizar os itens guardados, sem bloquear as saídas de ar com potes ou embalagens grandes, e remover produtos vencidos, restos esquecidos e embalagens desnecessárias para melhorar a circulação de ar frio. Ajustar a temperatura com equilíbrio também faz diferença: manter no nível mais gelado o tempo todo força o compressor com mais frequência, então prefira temperaturas frias o suficiente, não extremas (geralmente entre 3°C e 5°C na geladeira e -18°C no freezer). Além disso, abrir menos a porta e manter a borracha de vedação limpa ajudam o motor a trabalhar sem sufoco. Muito cuidado na hora de usar a sua geladeira, pois hábitos ruins podem fazer a conta de luz aumentar no calor Divulgação/Brastemp editado por Bruna Polesca 2. Máquina de lavar Nova ou velha, a máquina de lavar pode consumir muita água e energia, especialmente nos dias de calor. Afinal, com mais trocas de roupa e peças sujas, tendemos a aumentar a frequência das lavagens. Por isso, o ideal é acumular as roupas e lavar a maior carga possível, aproveitando melhor cada ciclo sem ultrapassar a capacidade da máquina. Outra dica para gastar menos com a máquina é reorganizar a distribuição das roupas no tambor, sem deixar que tudo fique concentrado de um lado só, o que ajuda a não sobrecarregar o eixo e o motor. Optar por ciclos com água fria, usar o modo eco/econômico e evitar excesso de sabão também faz diferença, já que espuma demais pode gerar enxágues extras e maior gasto de luz. Além disso, manter o filtro e a drenagem limpos garante que o aparelho trabalhe sem sufoco e não consuma energia desnecessária. Tanquinho ou máquina de lavar roupas: qual o melhor? Reprodução/Casas Bahia 3. Micro-ondas O micro-ondas é um dos eletrodomésticos mais usados no dia a dia e, justamente por isso, pode impactar a conta de luz. Para economizar, a regra de ouro é usar apenas o tempo necessário, pois muita gente adiciona minutos extras “por garantia” e faz o aparelho gastar luz sem precisar. Ainda, sempre que possível, aqueça porções menores, já que elas esquentam mais rápido. Para completar, prefira descongelar alimentos na geladeira, use o modo ECO caso o seu modelo tenha essa função e, quando o aparelho ficar sem uso por longos períodos, vale tirar da tomada para eliminar qualquer consumo passivo. Micro-ondas Divulgação/Xiaomi 4. Forno elétrico O forno elétrico pode pesar na conta de luz, especialmente quando usado com frequência. Modelos mais antigos tendem a perder calor com mais facilidade e demorar mais para atingir a temperatura ideal, fazendo as resistências trabalharem por mais tempo. Já os fornos modernos, embora mais eficientes, também consomem bastante energia por operarem em altas temperaturas. Para economizar, não abra a porta do forno sem necessidade, pré-aqueça apenas quando a receita realmente exigir, aproveite para assar mais de um alimento de uma vez e use formas escuras ou de boa condução térmica para acelerar o cozimento e diminuir o tempo que o forno precisa ficar ligado. Outra boa dica é aproveitar o calor residual do aparelho. Por isso, nos minutos finais, desligue o forno e deixe a receita terminar "sozinha". Forno elétrico de bancada Philco Divulgação/Philco 5. Secadora A secadora de roupas elétrica é outra campeã no consumo quando em modelos antigos. Esses aparelhos utilizam resistência elétrica para gerar ar quente, um processo inerentemente gastador de energia. Uma secadora convencional pode ter potência de 2.500 W a 3.500 W – ou seja, gasta de 2,5 a 3,5 kWh por cada hora de secagem. Se considerarmos um uso médio de 4 ciclos por semana (em épocas de chuva, por exemplo), uma secadora antiga chega a consumir cerca de 48 kWh no mê, o que sozinho pode representar até 20% do consumo mensal de uma residência típica. As secadoras de roupa modernas fizeram grandes avanços para reduzir o consumo. Muitos modelos atuais vêm com sensores de umidade e temperatura, capazes de interromper o ciclo assim que as roupas estão secas no nível escolhido. Há também a adoção de motores inverter, que ajustam a rotação do tambor de forma inteligente e consomem menos eletricidade para girar. O destaque fica para as secadoras de bomba de calor (heat pump), que são uma inovação significativa: em vez de resistências elétricas tradicionais, elas usam um ciclo de refrigeração (similar ao de um ar-condicionado) para extrair a umidade das roupas com muito menos consumo. Embora seu preço seja mais alto, essas secadoras de bomba de calor podem gastar cerca de 50% menos energia do que uma secadora elétrica comum por ciclo equivalente. uma secadora antiga chega a consumir cerca de 48 kWh no mê, o que sozinho pode representar até 20% do consumo mensal de uma residência típica. Divulgação/Samsung 6. Purificador de água Pode parecer inesperado, mas até o purificador de água entra na lista, especialmente se for um modelo antigo ou de tecnologia defasada. Purificadores refrigerados antigos muitas vezes usam o sistema de placas Peltier (termoelétrico) para esfriar a água, o qual é notoriamente ineficiente: consome bastante energia para fornecer pouca refrigeração, funcionando continuamente para manter a água gelada. Já os purificadores mais robustos com compressor antigos têm funcionamento semelhante a um mini-refrigerador, porém sem os aprimoramentos modernos de eficiência. Por outro lado, os purificadores de água modernos, em especial os com compressor, têm um consumo relativamente baixo de energia. Em geral, um purificador eficiente consome por volta de 0,040 kWh para refrigerar 1 litro de água. Colocando em perspectiva: deixar um purificador ligado continuamente pode custar meros 7 a 8 kWh por mês, dependendo do modelo, um valor ínfimo perto de outros eletros. Isso se deve aos avanços no design: os novos purificadores contam com termostatos precisos que desligam o compressor assim que a água atinge a temperatura desejada e ligam novamente só quando necessário. O isolamento térmico dos reservatórios de água foi melhorado, conservando a temperatura fria por mais tempo sem consumo constante. 7. Ar-condicionado Em dias de calor escaldante, o ar-condicionado é quase uma necessidade, mas os modelos antigos desse aparelho podem causar um verdadeiro choque térmico também no bolso. Aparelhos de ar-condicionado mais antigos, especialmente os de janela ou splits de primeira geração sem inverter, operam de maneira bem ineficiente: ligam o compressor em potência máxima até esfriar o ambiente, depois desligam completamente ao atingir a temperatura, e assim sucessivamente. Esse ciclo de liga/desliga consome muita energia, pois a cada partida o compressor puxa um pico de corrente e trabalha forte para recuperar a refrigeração perdida. Por isso, o ar-condicionado é temido como vilão das faturas de energia no Brasil. A boa notícia: os condicionadores de ar modernos são projetados com foco em eficiência. A grande maioria hoje vem com a tecnologia inverter, que ajusta continuamente a velocidade do compressor conforme a temperatura demandada, em vez de ligar e desligar abruptamente. Assim, quando o ambiente está próximo do clima desejado, o compressor opera em baixa rotação, consumindo pouca energia apenas para manter a temperatura estável. Uma inovação permite até 60% de economia em relação aos modelos tradicionais on-off. Além disso, muitos aparelhos novos usam refrigerantes mais eficientes (como o R32), que ampliam a capacidade de refrigeração com menor gasto elétrico. 8. Televisão Televisão antiga na varanda Reprodução/Pexels (Quang Lự Đỗ) A televisão, nossa companheira de entretenimento, também passou por transformações tecnológicas que influenciam bastante o consumo elétrico. Se lembrarmos das TVs de tubo (CRT) e das primeiras TVs de plasma, elas consumiam muita energia e liberavam bastante calor. Um televisor de plasma de 42 polegadas, por exemplo, podia usar cerca de 180–200 Watts durante o uso, enquanto uma TV LED LCD de 42″ equivalente consome em média apenas 64 Watts, aproximadamente 70% menos energia! Nas antigas CRT, o consumo variava conforme o tamanho e brilho, mas podia chegar a 100 W. Além do consumo no uso, as TVs antigas não tinham “stand-by” eficientes e ficavam com um LED vermelho acesso gastando alguns watts o tempo todo. As Smart TVs atuais, em contrapartida, são projetadas para serem muito mais econômicas em termos de energia por polegada de tela. A maioria utiliza painéis LED ou OLED, que por natureza são mais eficientes que os plasmas e LCDs antigos com lâmpadas fluorescentes. Para se ter ideia, fabricantes afirmam que as TVs LED modernas consomem cerca de 30% da energia de uma plasma de mesmo tamanho e brilho. Além disso, elas vêm com funções de economia: sensores de luminosidade ambiente, modos Eco que limitam o brilho máximo e até desligamento automático após períodos de inatividade. Outra mudança é no consumo em standby – hoje as TVs consomem menos de 1 W ou até 0,5 W quando “desligadas” na tomada, praticamente desprezível, graças a fontes de alimentação e circuitos mais inteligentes. 9. Freezer O freezer doméstico, seja aquele modelo horizontal ou vertical, é um aliado para estocar alimentos congelados – porém, os modelos antigos podem ser vorazes consumidores de energia. Assim como a geladeira, o freezer antigo fica ligado 24 horas, mas trabalhando para manter temperaturas ainda mais baixas. Freezers antigos e de grande porte tendem a gastar mais de 50 kWh por mês, variando conforme a capacidade. As tecnologias de isolamento e compressores evoluíram bastante; um freezer velho pode perder muito frio pelas paredes e vedação, fazendo o motor funcionar por longos ciclos. Além disso, o acúmulo de gelo em modelos antigos atua como uma barreira térmica, forçando o compressor a trabalhar mais para compensar, o que aumenta o consumo. Os freezers modernos, por sua vez, são projetados com eficiência energética aprimorada. Muitos trazem o selo Procel A e usam compressores de última geração. Em média, um freezer doméstico atual consome entre 30 e 50 kWh por mês, valor que os antigos facilmente extrapolam quando sobrecarregados ou com manutenção deficiente. Modelos novos possuem termostatos eletrônicos mais precisos, que mantêm a temperatura exata necessária sem oscilações grandes. O isolamento térmico foi melhorado nos gabinetes e tampas: espuma de poliuretano mais eficiente, portas com vedantes duplos etc., tudo para segurar o ar frio lá dentro pelo máximo de tempo possível. O resultado? Economia de energia. 10. Lâmpadas velhas Lâmpada incandescente, que é ineficiente energeticamente Reprodução/Redes Sociais Encerrando a lista, um “eletrodoméstico” um tanto diferente, mas que não pode ser esquecido: as lâmpadas incandescentes e fluorescentes antigas que ainda podem estar pela sua casa. Iluminação é responsável por uma parcela considerável da conta (cerca de 20% do consumo residencial global), e as lâmpadas antigas são extremamente ineficientes. Uma lâmpada incandescente tradicional converte apenas ~5% da energia em luz, os outros 95% viram calor! Por isso esquenta tanto e gasta tanto. Uma só lâmpada incandescente de 60W acessa 5 horas por dia consome 9 kWh no mês; se você tiver várias, o impacto soma rápido. Ao substituir todas as lâmpadas incandescentes ou fluorescentes ultrapassadas por LEDs, você imediatamente nota a queda no consumo, que pode chegar a 80% de redução na energia da iluminação da casa. Por exemplo, se antes você gastava R$50 por mês só com luz de lâmpadas, passará a gastar cerca de R$10. Além disso, as lâmpadas LED duram muito mais (15 a 25 mil horas contra 1 mil horas das incandescentes), então o custo de reposição é menor no longo prazo. Com informações de TechTudo, blog 77Sol, Procel Info, Electrolux, Samsung e Mueller.