Livro mostra o mundo das abelhas em detalhes especiais Sidney Cardoso Sidney Cardoso descobriu o mundo das abelhas por meio da fotografia. Durante o curso de biologia, ele comprou uma câmera fotográfica para registrar a natureza. Com o tempo, acabou fazendo diversos trabalhos com os quais desenvolveu as técnicas de iluminação e a composição de imagens. Depois de graduado, Sidney foi convidado por um amigo para fotografar abelhas do seu apiário. “Fui sem saber praticamente nada sobre, quando ele abriu a colmeia e comecei a fotografar vi um outro mundo ali. Aí comecei a buscar conhecimentos sobre as abelhas e aí que descobri e mergulhei neste universo tão incrível”, explica. Sidney cria abelhas nativas. Entre as espécies, ele tem colmeias de: lambe-olhos (Leurotrigona muelleri), iraí (Nannotrigona testaceicornes), jataí (Tetragonisca angustula), mirim-preguiça (Friesella schrottkyi) e duas espécies solitárias conhecidas como abelhas das orquídeas (Euglossa sp.). Abelha jataí (Tetragonisca angustula) Sidney Cardoso Sidney também tem um “hotel” para abelhas solitárias que nidificam de forma diferente das Euglossas, fazendo seus ninhos em pequenos orifícios. O amor às abelhas e a paixão pela fotografia fizeram Sidney Cardoso almejar algo especial. Um projeto que depois de dois anos virou um livro intitulado “Abelhas, Cores e Vida”, lançado no fim de 2025. “Tenho um banco de imagens que somam mais de 20 mil fotos que considero boas, destas separei cerca de 700 e quando fui diagramando o livro fui vendo quais encaixavam melhor na composição das páginas em termos de composição e assunto. Foram escolhidas 190 fotografias e 35 espécies na obra sendo abelhas sociais e solitárias”, esclarece o biólogo. Abelha macho de Xylocopa sp. Sidney Cardoso Na macrofotografia, arte de retratar objetos muito pequenos de perto, é possível observar a grandeza de uma abelha que pode medir menos de 2 milímetros, com muitos detalhes. Além de imagens inusitadas, o livro foi composto com textos. Uma interação que propõe apresentar a importância das abelhas para vida no planeta, os riscos ambientais que eles correm. O conteúdo mostra assuntos que ligam arquitetura e cultura ligadas ao homem versus as abelhas. Há frases reflexivas e até poema escrito pelo autor. Entrada da colônia de abelha-limão (Lestrimelitta limao) Sidney Cardoso “Quando comecei a trabalhar e projetar o livro pensei em fazer um material que possa chegar a todos os públicos e com experiências diversificadas e assim cada um possa ver e explorar de forma ímpar. O livro possui alguns textos com linguagem de fácil entendimento com alguns assuntos até mesmo do nosso cotidiano e as imagens das abelhas identificadas para que as pessoas possam ver e saber qual é a espécie ou nome científico e popular da abelha. O livro também possui algumas imagens artísticas que mostram a natureza de uma forma bem diferente. São imagens feitas através de mel e água sobre vidro e com imagens de abelhas ou natureza ao fundo dando uma outra forma de olhar”, pontua Sidney. Sidney revela que por onde anda, carrega a câmera fotográfica. Como o Brasil é privilegiado por ter uma das maiores biodiversidades do mundo, sempre é possível encontrar abelhas e em locais diversos como quintais de casas, jardins e parques urbanos e também em apiários e meliponários. Rainha e abelha uruçu-nordestina (Melipona scutellaris) Sidney Cardoso O fotógrafo diz que poucas pessoas conhecem as abelhas nativas brasileiras. Ele inclusive trabalha com abelhas diariamente numa empresa que presta serviços de remoção ecológica ligada a Apis mellifera, abelhas-europeias produtoras de mel. O biólogo explica que a maioria das pessoas desconhece as abelhas nativas. A empresa recebe diversos chamados de empresa e de moradores para remoção dessas espécies. Nesses casos, Sidney Cardoso explica que elas não têm ferrão e que não representam perigo. De modo que a remoção não precisa ser feita, conforme o entendimento do quem pretendia retirar o enxame. Abelha Marmelada (Frieseomelitta varia) na entrada da colônia Sidney Cardoso “No livro Abelhas, Cores e Vida tem uma frase da obra do Pequeno Príncipe que diz que ‘o essencial é invisível aos olhos’. E uma das essências da vida são as abelhas. Sem elas, não há vida, não há alimento. Assim como os grandes felinos estão no topo da cadeia alimentar, as abelhas estão na base dela. Ainda assim, são pouco valorizadas, tanto pela sociedade quanto pelo poder público. Seja pelo amor ou pela dor, precisamos protegê-las. Espero que o livro e o meu trabalho sejam como um grão de pólen, capaz de se espalhar e despertar nas pessoas um novo olhar e mais cuidado com as nossas abelhas”. O livro que contém 230 páginas, 190 fotografias de 35 espécies de abelhas pode ser adquirido pelo WhatsApp (15) 99730-2054. VÍDEOS: Destaques Terra da Gente Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente