O mês de dezembro de 2025 registra o pior nível de água dos reservatórios que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo desde 2015, quando ocorreu a pior crise hídrica no estado. Segundo dados da Sabesp, nesta segunda-feira (29) o Sistema Integrado Metropolitano (SIM), que reúne sete mananciais, registra 26,1% da capacidade. Para comparação, no mesmo período do ano passado os reservatórios registraram 48% de capacidade. Ao longo deste mês, o melhor índice que havia sido registrado foi de 27,3%, no dia 20 de dezembro. O cenário é de escassez de chuvas e de aumento de consumo de água, segundo o governo de São Paulo. A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) divulgou na última sexta-feira que durante a onda de calor que atinge o estado o consumo de água chegou a registrar um aumento de até 60%. Após breve período de recuperação, nível de mananciais volta a cair em São Paulo No domingo (28), a capital paulista bateu o recorde de temperatura de 2025 pela terceira vez, com a estação meteorológica de referência da cidade marcando 37,2°C no Mirante de Santana, às 16h. Esta foi a terceira vez que a cidade registrou o dia mais quente do ano, segundo essa instalação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), desde que a onda de calor começou na semana de Natal. A temperatura medida neste centro de monitoramento na Zona Norte, que funciona desde 1943, foi a quarta maior da série histórica, e ficou perto do recorde atingido em 17 de outubro de 2014, com 37,8°C. Diante das altas temperaturas e aumento no consumo, o abastecimento de água na região metropolitana segue plano de contingência divulgado pelo governo estadual. No momento, a pressão da água é reduzida no período noturno durante 10h, entre 19h e 5h. Segundo o governo, as medidas "garantem uma economia diária equivalente a mais de 1,2 milhão de caixas d’água de 500 litros, ou 50,4 mil caixas por hora". Dos sete mananciais que fazem parte do SIM, o que registra os piores índices é, até esta segunda-feira (29), o Alto Tietê, que está em 19,7% de armazenamento, uma queda de 0,2% em relação ao registrado no domingo (28). As represas deste sistema ficam na região leste da Grande São Paulo, em municípios como Suzano e Mogi das Cruzes. Com o Cantareira em situação crítica, Sabesp ativa captação extra na Serra do Mar Segundo o governo, as represas do SIM funcionam de forma integrada "conectando grandes e pequenos mananciais, adutoras e estações de tratamento. Esse modelo permite a transferência de água entre sistemas, reduzindo riscos de desabastecimento, mas também faz com que a pressão sobre um sistema impacte todo o conjunto". Com a onda de calor, a pressão operacional para atender a região metropolitana foi aumentada de 66 metros cúbicos por segundo para 72 metros cúbicos por segundo "mesmo com a estimativa de que haja cerca de 30% menos consumidores na região neste período, em razão das festividades de fim de ano".