Afinal, quanto Paulinha Leite já ganhou na loteria com a Caixa?

Amores, senta que lá vem número grande. Ao longo da última década, Paulinha Leite virou praticamente sinônimo de loteria premiada. A ex-BBB construiu uma imagem de mulher de sorte, pé quente, quase uma entidade da Mega-Sena. E não é força de expressão, não. Em entrevistas e materiais de divulgação, ela própria afirma já ter vencido mais de 60 vezes em diferentes modalidades, da Mega-Sena à Lotofácil. E quando a imprensa faz a conta, o número assusta. Somando todos os prêmios associados ao nome dela, o valor ultrapassa os 40 milhões de reais. Mas calma lá, respira. Esse dinheiro não caiu todo no colo dela, não. A maior parte desses valores foi dividida entre centenas de cotistas, já que os prêmios vieram de bolões organizados pela própria plataforma que ela comanda. Paulinha Leite é conhecida pela sorte e acumula conquistas nos jogos de aposta. Foto: reprodução/redes sociais Na prática, o dinheiro que realmente entra no bolso da Paulinha vem de duas fontes bem claras. A participação dela nos próprios bolões e a taxa cobrada sobre o volume de apostas intermediadas pela empresa. Ou seja, o jogo virou negócio. A sorte virou vitrine. E o prêmio virou marketing. A Unindo Sonhos não é uma lotérica, mas também não é só um grupinho de amigos apostando juntos. Funciona como uma central de compras coletivas de apostas. O esquema é simples e milionário. A plataforma reúne interessados, vende cotas, monta combinações e registra os jogos em casas lotéricas oficiais, segundo a versão apresentada pela defesa. Quanto mais gente apostando, maior o volume. Quanto maior o volume, maior a comissão. É matemática pura, sem superstição. E foi exatamente esse modelo que virou febre entre influenciadores. Todo mundo quis virar o novo rosto da sorte. Mas, como diz o ditado, quando o dinheiro cresce, o olho do dono aparece. A popularidade do negócio acendeu o alerta na Caixa Econômica Federal, dona do monopólio das loterias no Brasil. O banco entrou com ação judicial afirmando que a plataforma estaria explorando comercialmente apostas, algo restrito à rede autorizada. A acusação é pesada. Segundo a Caixa, haveria uso indevido da marca, intermediação irregular e exploração paralela de um serviço público. Resultado: a Justiça, em primeira instância, mandou a empresa suspender as atividades e parar de usar símbolos das loterias. Foi aquele climão jurídico, digno de final de novela das nove. Mas a história não parou aí, claro. A decisão foi suspensa pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que autorizou a continuidade temporária da operação. O argumento foi técnico, mas poderoso. Segundo o relator, existe diferença entre explorar a loteria e intermediar apostas feitas legalmente. Além disso, órgãos como a Secretaria de Prêmios e Apostas e o Cade reconhecem que existe um vácuo regulatório nesse tipo de serviço. Traduzindo do juridiquês para o português claro: a lei ainda não acompanhou o tamanho do negócio. E aí mora o perigo. Paulinha também já decidiu empreender na área das apostas. Foto: reprodução/redes sociais A famosa frase “mais de 40 milhões em prêmios” ajuda a construir uma aura quase mística em torno de Paulinha. Mas a realidade é menos glamourosa e mais estratégica. Esse valor não é patrimônio pessoal. É o total distribuído entre dezenas, às vezes centenas de apostadores. O que fica para ela vem das cotas que compra e da comissão do volume movimentado. Funciona? Funciona. Enriquece? Sim, mas não da forma mágica que o marketing faz parecer. No fim das contas, a pergunta que fica não é quanto ela ganhou. A pergunta é outra, bem mais séria. Até onde vai o limite entre intermediação legal e exploração de apostas? E mais, quem protege o apostador quando a sorte vira negócio e o negócio vira disputa judicial? Porque uma coisa é certa, meu amor. Quando a sorte vira indústria, quem não entende as regras, pode acabar pagando caro para sonhar.