A Polícia Federal (PF) irá colher na terça-feira os depoimentos do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, do ex-presidente do Banco de Brasília (BRB) Paulo Henrique Costa e do diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos. Depois das oitivas, a delegada responsável decidirá se os três deverão passar por uma acareação. Inicialmente, a acareação foi determinada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que assumiu a condução das investigações sobre possíveis fraudes envolvendo o Master. A medida foi determinada pelo magistrado de ofício, ou seja, sem pedido das partes ou dos órgãos de investigação. Nesta segunda-feira, porém, após críticas sobre a realização do procedimento, o STF informou que a PF iria decidir se será ou não oportuno o confronto de versões. O depoimento será acompanhado por um juiz auxiliar do gabinete de Toffoli. Os envolvidos podem participar por videoconferência. Na semana passada, o ministro negou um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para cancelar a acareação. No sábado, Toffoli afirmou que Ailton de Aquino Santos não é investigado no caso, respondendo a um pedido de esclarecimento do Banco Central. Apesar disso, o ministro ressaltou que a investigação "tange a atuação da autoridade reguladora nacional". O Master foi liquidado pelo Banco Central em novembro. No mesmo dia, Daniel Vorcaro e outros executivos foram presos pela Polícia Federal no âmbito da Operação Compliance Zero e Paulo Henrique Costa foi afastado do comando do BRB. O banco de Brasília tinha tentado comprar o Master, mas o negócio já havia sido barrado pelo BC.