Presidente dos Correios diz que estatal precisa de mais R$ 8 bilhões

O presidente dos Correios , Emmanoel Rondon, afirmou nesta segunda-feira, 29, que a estatal pretende captar mais R$ 8 bilhões em 2026 como parte do plano de reestruturação. Ainda não está definido se os recursos virão de aporte do Tesouro Nacional ou de nova operação de crédito. O plano prevê um programa de demissão voluntária (PDV) para 15 mil empregados em 2026 e 2027, fechamento de cerca de mil agências, venda de imóveis, revisão da estrutura de cargos e salários e mudanças no plano de saúde. A estatal estima economia de até R$ 4,2 bilhões por ano, com impacto pleno apenas em 2029. Rondon afirmou que, em um cenário de estresse, o prejuízo pode chegar a R$ 23 bilhões em 2026. Hoje, os Correios apontam déficit estrutural superior a R$ 4 bilhões anuais, patrimônio líquido negativo de R$ 10,4 bilhões e prejuízo acumulado de R$ 6 bilhões até setembro de 2025. Estatal já conseguiu empréstimo de R$ 12 bilhões O governo federal avalizou um empréstimo de R$ 12 bilhões pelos Correios, segundo publicação no Diário Oficial da União. O objetivo é buscar reequilíbrio financeiro para a deficitária estatal. A operação foi estruturada com participação de cinco grandes bancos: Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander. Terá prazo de amortização de 15 anos, com vencimento final em 2040. + Leia mais notícias de Política em Oeste As condições financeiras preveem juros próximos à taxa Selic, dentro dos limites estabelecidos para operações com aval do Tesouro Nacional . Com essa garantia, o governo federal se compromete a honrar os pagamentos caso a estatal não consiga cumprir suas obrigações, o que reduz o risco para as instituições credoras. O plano de reestruturação dos Correios Em meio a rombo histórico, Correios contraiu empréstimos bilionários | Foto: Joédson Alves/Agência Brasil A reestruturação tem três fases. A primeira busca recuperar o caixa com o empréstimo de R$ 12 bilhões. A segunda foca reorganização e modernização. A terceira prevê investimentos de R$ 4,4 bilhões entre 2027 e 2030, com financiamento do Banco dos Brics, voltados à automação, frota, tecnologia da informação e logística. A estatal também estuda parcerias e não descarta, no futuro, abrir capital como sociedade de economia mista, mantendo o controle da União. "Não há discussão sobre privatização agora", disse Rondon. O Tribunal de Contas da União informou que acompanhará o plano de forma contínua. O empréstimo de R$ 12 bilhões tem garantia do Tesouro, prazo de 15 anos e três anos de carência, com custo de 115% do CDI. O post Presidente dos Correios diz que estatal precisa de mais R$ 8 bilhões apareceu primeiro em Revista Oeste .