O calor traz uma preocupação: a conta de luz mais cara. A Secretaria Estadual de Saúde do Rio considerou a onda de calor uma emergência de saúde pública. Só na rede estadual, quase 2 mil pessoas foram atendidas nos últimos 15 dias com sintomas relacionados às altas temperaturas. Uma força-tarefa montou pontos de hidratação gratuita em locais de grande movimento, como estações de trem. "Está muito difícil. Tem que ter muita água mesmo. Está demais”, diz a aposentada Cida dos Santos. O medidor de energia não tem refresco. Nessa época do ano, ele trabalha ainda mais. No último fim de semana, o consumo de energia no Brasil deu um salto. No domingo (28), a carga horária média superou os 79 mil megawatts. Foi um aumento de quase 10% em relação ao domingo anterior e o maior consumo de energia em um domingo desde o dia 23 de fevereiro, no verão passado. Os responsáveis por esse salto seguem trabalhando a todo vapor. Nesses dias superquentes em várias regiões do Brasil, ventiladores e aparelhos de ar-condicionado passam dia e noite ligados. "Pessoas trabalhando em home office, estão em casa e tal... Famílias em casa, vem final de ano, emenda de fim de semana... O uso do ar-condicionado intenso faz um aumento maior, abrupto, um pico de consumo de energia”, afirma Renato Queiroz, professor no Grupo Economia de Energia UFRJ. Com onda de calor, brasileiros têm domingo de maior consumo de energia desde fevereiro Jornal Nacional/ Reprodução Na casa da Josi e da Viviane, mãe e filha encontraram uma fórmula para equilibrar o combate ao calor com a conta de luz. "Quando aluguei aqui já tinha o ar-condicionado. Aí nasceu a estratégia dos 20 minutos: fica 20 minutos o ar ligado só para dar uma refrescada e depois liga o ventilador”, conta a comunicadora social Viviane Miranda. O especialista dá dicas para um bom uso do ar-condicionado: "Ele precisa ter filtro limpo, de preferência não deve ter insolação direta, para conseguir trabalhar em uma temperatura melhor de funcionamento. Evitar de utilizar no período que a gente chama de ponta, entre 18h e 21h. Se puder usar uma temperatura de conforto em torno de 22ºC ou 23ºC - não 18ºC, 17ºC . Efora desse horário de ponta, ele contribui para o sistema como um todo”, explica Fernando Perrone, diretor-geral do Instituto Nacional de Eficiência Energética. Nesse liga e desliga, o difícil equilíbrio entre a temperatura ideal e o que o bolso consegue pagar. "Uma hora toma banho, liga o ventilador, liga um pouco o ar-condicionado, deixa 20 minutos. Desliga o ar-condicionado, liga o ventilador e por aí vai”, diz Viviane Miranda. LEIA TAMBÉM Rio registra quase mil atendimentos médicos por efeitos do calor em 2 dias