Toffoli recua e deixa PF decidir sobre acareação no caso Master

A Polícia Federal (PF) vai colher, nesta terça-feira, 30, a partir das 14h, os depoimentos do fundador do Banco Master, Daniel Vorcaro, do ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e do diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Ailton de Aquino Santos. Depois das oitivas, caberá à delegada responsável pela investigação decidir se será necessária a realização de uma acareação entre os envolvidos. A mudança ocorre depois de um recuo do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que havia determinado a realização da acareação. Agora, o procedimento ficou condicionado à avaliação da PF sobre a existência de contradições relevantes nos depoimentos prestados. + Leia mais notícias de Política em Oeste Os depoimentos serão tomados de forma separada, inclusive por videoconferência. Todo o procedimento será acompanhado por um juiz auxiliar do gabinete de Toffoli e por um representante do Ministério Público. A acareação é um instrumento usado em investigações criminais para confrontar versões divergentes apresentadas por diferentes pessoas ouvidas no processo. No caso do Master, o confronto só será realizado se a delegada entender que há inconsistências que justifiquem colocar os depoentes frente a frente. Daniel Vorcaro, fundador do Banco Master | Foto: Divulgação/Banco Master Entenda a investigação sobre o Banco Master O inquérito apura responsabilidades relacionadas à liquidação extrajudicial do Banco Master, decretada pelo BC em novembro. Segundo informações citadas na investigação, haveria cerca de R$ 12 bilhões em créditos sem lastro no balanço da instituição, acusação que o banco nega. As apurações tiveram avanço depois da operação Compliance Zero, deflagrada pela PF em setembro, quando foram apreendidos equipamentos e documentos. De acordo com informações reunidas pela corporação, o volume de dados encontrados é elevado, o que influenciou a decisão de priorizar depoimentos individuais antes de qualquer acareação. Vorcaro foi preso em novembro , ao tentar embarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos, e permaneceu detido por cerca de 12 dias. Ele foi solto por decisão judicial e passou a cumprir medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica. A tentativa de venda do Banco Master ao BRB, anunciada em março, envolvia cerca de R$ 50 bilhões em ativos. A operação foi vetada pelo BC em setembro, e, dois meses depois, a autoridade monetária decretou a liquidação da instituição. A investigação, que começou na Justiça Federal, passou a tramitar no STF depois de a defesa de Vorcaro solicitar o envio do caso à Corte, sob o argumento de que há menção a um deputado federal nos autos. O processo segue sob sigilo. Leia também: “Anatomia de uma fraude” , reportagem de Carlo Cauti publicada na Edição 301 da Revista Oeste O post Toffoli recua e deixa PF decidir sobre acareação no caso Master apareceu primeiro em Revista Oeste .