PGR recebe mais um pedido para investigar Moraes por suposta atuação no Master

O vereador de Curitiba Guilherme Kilter (Novo-PR) protocolou um pedido de investigação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em razão de sua suposta atuação como lobista no caso do Banco Master. O vereador argumenta que Moraes teria usado sua posição para apoiar interesses privados no Banco Central. + Leia mais notícias de Política em Oeste A jornalista Malu Gaspar, de O Globo , informou que Moraes ligou pelo menos quatro vezes para o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para fazer pressão em favor do Banco Master. "Ao menos três dos contatos foram por telefone, mas pelo menos uma vez Moraes se encontrou presencialmente com Galípolo para conversar sobre os problemas do banco de Daniel Vorcaro", disse a jornalista em texto publicado no último dia 22. O Estadão informou que Moraes teria ligado seis vezes para Galípolo em um único dia para tratar da venda do Banco Master ao BRB, operação barrada pelo Banco Central em setembro deste ano. Essas reuniões não constam nas agendas oficiais de Galípolo nem de Moraes, que não costuma divulgar compromissos ou informar quem recebe em audiências no gabinete. Contrato bilionário entre o Master e a mulher de Moraes Antes disso, já tinha se tornado público o contrato de R$ 129 milhões entre o Master e a mulher de Moraes, Viviane Barci. Advogada, ela deveria prestar serviços para o banco ante o Banco Central, a Receita Federal, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e o Congresso. O valor é considerado irreal na advocacia brasileira. Além disso, Barci representou judicialmente o banco em apenas um caso. O Banco Central e o Cade informaram não ter registro da atuação de Viviane a favor do Master desde o início do contrato. Moraes declarou que o escritório de sua esposa “jamais atuou na operação de aquisição Master-BRB perante o Banco Central”. Daniel Vorcaro ainda não se manifestou sobre o caso. O vereador Guilherme Kilter (Novo-PR) | Foto: Reprodução/Redes sociais O vereador Kilter afirmou que as reportagens demonstram a “intensidade da pressão exercida pelo ministro sobre a autoridade monetária”. Kilter disse ainda que o contrato da advogada Viviane Barci de Moraes previa, desde o início de 2024, pagamentos de R$ 3,6 milhões por mês durante 36 meses, com atuação estratégica e consultiva junto a órgãos como Receita Federal, PGFN, Banco Central e Cade. Paralelamente, deputados da oposição, liderados por Marcel van Hattem (Novo-RS) e Cabo Gilberto (PL-PB), protocolaram nesta segunda-feira, 29, um novo pedido de impeachment contra Moraes no Senado. Além disso, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) também coleta assinaturas para abertura da CPMI do Master. Até agora, segundo ele, 150 deputados e senadores já assinaram o requerimento. PGR arquiva investigação contra Moraes O procurador-geral da República, Paulo Gonet, reconduzido ao cargo neste ano com apoio de Moraes, arquivou uma solicitação semelhante a de Kilter do advogado Enio Martins Murad, no sábado 27 . Gonet disse que a denúncia se baseava em suposições e não havia indícios de ilegalidade no contrato entre Viviane Barci de Moraes, mulher do ministro, e o Banco Master, no valor mensal de R$ 3,6 milhões por três anos. A posição de Moraes e do BC Moraes, por sua vez, nega agir em favor de Vorcaro e afirma que tratou exclusivamente das sanções da Lei Magnitsky com o Banco Central, punição adotada pelo governo dos Estados Unidos em julho quando declarou o ministro violador de direitos humanos. Em nota, Moraes disse: “ O ministro Alexandre de Moraes esclarece que realizou, em seu gabinete, duas reuniões com o Presidente do Banco Central para tratar dos efeitos da aplicação da Lei Magnitsky. A primeira no dia 14/08, após a primeira aplicação da lei, em 30/07; e a segunda no dia 30/09, após a referida lei ter sido aplicada em sua esposa, no dia 22/09. Em nenhuma das reuniões foi tratado qualquer assunto ou realizada qualquer pressão referente à aquisição do BRB pelo Banco Master. Esclarece, ainda, que jamais esteve no Banco Central e que inexistiu qualquer ligação telefônica entre ambos, para esse ou qualquer outro assunto. Por fim, esclarece que o escritório de advocacia de sua esposa jamais atuou na operação de aquisição Master-BRB perante o Banco Central ”, afirmou Alexandre de Moraes. O Banco Central confirmou apenas conversas sobre a aplicação da Lei Magnitsky a Moraes, sem negar a menção ao Master. O post PGR recebe mais um pedido para investigar Moraes por suposta atuação no Master apareceu primeiro em Revista Oeste .