O que vem depois? Artistas projetam o futuro às vésperas do Ano Novo

O fim do ano costuma ser um tempo de retrospectiva, de fechamento de ciclos e, sobretudo, de imaginação sobre o que vem adiante. Para artistas, esse exercício ganha camadas extras ao misturar trajetória pessoal, escolhas profissionais e sensibilidade criativa. Nesta matéria especial de virada, quatro mulheres em momentos distintos e potentes de suas carreiras respondem a perguntas sobre presente, futuro e desejos para 2026. Danni Suzuki, Jacqueline Sato, Isabela Souza e Gabriella Di Grecco revelam, cada uma à sua maneira, como transformam o fim de ano em ponto de partida. Isis Valverde, Rodrigo Faro, Carolina Dieckmann e mais: as casas dos famosos que chamam atenção por luxo e sofisticação Humilde residência, que nada! Sertanejos vivem em mansões que são de 'cair o queixo' Atriz, apresentadora, diretora e palestrante, Danni Suzuki vive um dos momentos mais simbólicos de sua trajetória. Em 2025, ela protagonizou o filme “Segredos”, tornando-se a primeira atriz brasileira de ascendência asiática a liderar o elenco de um longa-metragem, um marco histórico para a representatividade no cinema brasileiro. Danni Suzuki Caesar Lima Neste mesmo ano, deu continuidade ao posto de apresentadora do reality “New Faces” em sua segunda temporada, ampliando seu campo de atuação para o entretenimento e a mediação de talentos. Paralelamente, ela integra o elenco principal da série “(In) Vulneráveis” (E! Entertainment/Universal), já gravada, e da produção “Capoeiras”, hoje disponível no Disney+. Quando pensa em um presente simbólico para si mesma, Danni escolhe imagens que atravessam ciência e poesia: “Eu me daria flores e um pote de mel, porque isso me faz lembrar o poder das abelhas. Por muito tempo, pensamos que o voo das abelhas era impossível dentro do nosso modelo de aerodinâmica. Hoje sabemos que elas não fazem milagres, apenas operam de uma forma que não compreendíamos. O impossível, muitas vezes, não é ausência de capacidade, mas ausência de entendimento.” Se 2026 tivesse um título provisório, ela crava: “O Ano da Sustentação Invisível. Porque não vou estar provando força. Vou me manter no ar, buscando novos caminhos por algo que poucos veem, mas que funciona.” E, se fosse um filme, começaria longe do espetáculo: “A primeira cena não teria música. Só som ambiente. Um dia comum. Um corpo em movimento. Rotina. Então entra a voz: ‘O impossível não avisa quando começa. Ele só começa’.” Quanto à virada do ano, quando é perguntada sobre o lugar ideal para passar, a resposta é direta e bem-humorada: “Na minha cadeira, em casa, escrevendo o livro que tenho que entregar até 15 de janeiro… E ainda estou no primeiro capítulo, (risos).” Jacqueline Sato Andrea Dematte Em 2025, Jacqueline Sato conquistou grande destaque ao viver Yuki na novela “Volta Por Cima”, da TV Globo, reafirmando sua presença na dramaturgia nacional. No mesmo ano, tirou do papel um projeto profundamente alinhado à sua trajetória e ativismo: o programa “Mulheres Asiáticas”, exibido pelo E! Entertainment e atualmente disponível no Prime Video. A atração é pioneira ao dar visibilidade a esse recorte da sociedade brasileira, reunindo histórias, debates e representatividade ainda pouco explorados na mídia. Fechando o ano com o nome confirmado em um novo longa-metragem ambientado nos anos 80, “Uma Praia em Nossas Vidas”, a artista reflete sobre qual presente simbólico daria para si mesma, apontando para um desejo essencial em tempos acelerados: “Mais calma diante da alta intensidade, volume de informações a que todos nós estamos sujeitos nos dias de hoje.” Quando pensa em 2026, o olhar se volta para a concretização de sonhos que vêm sendo cultivados há anos: “É o ano da manifestação dos sonhos mais brilhantes. Olha, a começar que temos chances reais de o ‘Amarela’, de André Hayato Saito, no qual eu sou uma das Produtoras Executivas, representar o Brasil no Oscar. 2025 está fechando com o curta selecionado na shortlist da Academia, e torço que comece com a gente celebrando a próxima etapa. E, para continuar, que eu consiga financiar e entrar na pré-produção do filme do Jaspion. Fora isso, que a vilã que ainda vou interpretar saia do plano das ideias e do papel, e ganhe carne e osso numa obra que terei muito orgulho de fazer parte.” E, para a virada do ano, o desejo é transformar o ritual em algo sagrado: “Lanço aqui algo que meio que já faço, mas quero que vire sagrado: passar a virada num lugar totalmente novo a cada ano. Que eu possa reservar esse momento do ano para fazer uma viagem para um lugar que eu morra de vontade de conhecer, e que seja sempre um momento de expansão, e de olhar pra dentro, profundamente, para visualizar os aprendizados do ano que se encerra, e mentalizar o que mais desejo para o ano que inicia.” Isabela Souza Thais Cunha Conhecida nacional e internacionalmente por protagonizar a série argentina “Bia” (Disney Channel/Disney+), Isabela Souza consolidou sua carreira ainda jovem, conquistando prêmios, como o de Melhor Atriz no Kids Choice Awards México, e uma base sólida de fãs. Nos últimos anos, a atriz vem ampliando seus registros: entre 2024 e 2025, protagonizou a novela “A Caverna Encantada”, no SBT, vivendo Pilar, seu primeiro grande papel adulto na TV aberta. Também participou da série “Amor da Minha Vida” (Disney+/Star+), em 2024. Ao pensar em 2026, Isabela escolhe uma palavra-guia: “Foco. Quero focar mais no que realmente importa para mim, meus sonhos, minha família e estar mais próxima de todos que acompanham meu trabalho e me dão tanto amor.” E, se o ano fosse um filme, ela já visualiza a cena inicial: “Começaria com o amanhecer em São Paulo, entre os prédios. Depois cortaria para mim, me preparando para ir gravar. Bem parecido com a primeira cena de ‘O Diabo Veste Prada’.” Atriz, cantora, diretora e compositora, Gabriella Di Grecco construiu uma carreira plural, com forte presença no teatro musical, na televisão e em produções internacionais. Conhecida do grande público por trabalhos no universo Disney, como o sucesso “Bia” e a apresentação do “Disney Planet News”, ela vem expandindo sua atuação criativa nos últimos anos. Compositora associada à Warner Chappell Brasil, ela teve um ano intenso no teatro musical: integrou o elenco de “Elvis: A Musical Revolution”, no qual deu vida não apenas ao primeiro amor do astro do rock, Dixie Locke, mas também à Priscilla Presley, e encerrou o período em cartaz com o musical “Uma Babá Quase Perfeita”, ao lado de Eduardo Sterblitch, consolidando sua presença nos palcos. Gabriella Di Grecco Rafael Monteiro Ao falar sobre um presente simbólico para si mesma, Gabriella olha para dentro: “Meu presente simbólico seria um abraço bem apertado, bem acolhedor. Uma das minhas metas pessoais para esse ano era superar certos limites e limitações para crescer como ser humano. Crescer nunca é um processo confortável, muitas vezes é doloroso, conflituoso... Transitei pelo ano de 2025 crescendo muito, em todos os aspectos. No fim desse ano, temos uma Gabi muito mais forte, mais inteira, mais cheia de animus. O meu melhor presente, é um abraço entre essas duas Gabis, a do início de Janeiro e a do fim de Dezembro. Somos muito gratas uma pela outra por termos evoluído sem soltar as nossas mãos. Obrigada, Gabi.” O título provisório de 2026 vem com energia de virada: “Seria ‘Que Comecem os Jogos’, porque estarei dando passos grandes na minha carreira e na minha vida pessoal.” Para a virada, ela conclui, o lugar é secundário: “Para mim, sempre foi mais sobre ‘com quem’ do que ‘onde’ passar a virada do ano. Por isso, passe em qualquer lugar, desde que você esteja com a melhor companhia (que inclusive pode ser a sua própria companhia) para esse momento.” No cruzamento entre introspecção, ambição, representatividade e afeto, as respostas dessas quatro artistas revelam algo em comum: o futuro não é apenas um destino, mas um gesto contínuo de escolha. Entre o invisível que sustenta, os sonhos que se manifestam, o foco que organiza e os jogos que recomeçam, 2026 já começa a ser escrito, antes mesmo da contagem regressiva.